São Paulo, sábado, 09 de setembro de 2000

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Escadinha não vai mais assessorar deputado

DA SUCURSAL DO RIO

O deputado estadual Mário Luiz (PMDB) voltou atrás ontem e desistiu de oferecer emprego em seu gabinete na Assembléia Legislativa do Rio ao traficante José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, preso desde 1986.
Anteontem, o deputado disse que estava disposto a contratar Escadinha -um dos criminosos mais famosos da história do Rio- como seu assessor parlamentar na área social, com salário bruto de R$ 2.700.
"Meditei e vi que não seria certo fazer isso com o dinheiro público, mas com o meu. A Assembléia é uma casa de leis e não uma igreja. Agi mais como pastor do que como deputado", afirmou Mário Luiz, que é pastor evangélico e faz trabalhos em presídios.
O deputado não desistiu, porém, de ajudar Escadinha: quer contratá-lo para trabalhar numa obra social criada por ele, a Associação Mão Amiga.
A associação, por enquanto, só existe no nome. Deverá começar a funcionar no início do ano que vem, realizando trabalhos sociais de ajuda a drogados e ex-presidiários. Escadinha, segundo o pastor, poderá atuar como uma espécie de contato com o público, para conversar com os ex-presidiários sobre a sua condição. Receberia salário de R$ 900.
Até lá, o peemedebista disse que tentará empregar Escadinha na obra social de algum evangélico conhecido seu.
Condenado por tráfico de drogas e assalto, Escadinha já ganhou direito ao regime semi-aberto (passar o dia trabalhando e voltar para dormir na prisão), mas nunca conseguiu emprego. (FE)



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