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Escadinha não vai mais assessorar deputado
DA SUCURSAL DO RIO
O deputado estadual Mário
Luiz (PMDB) voltou atrás ontem
e desistiu de oferecer emprego em
seu gabinete na Assembléia Legislativa do Rio ao traficante José
Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, preso desde 1986.
Anteontem, o deputado disse
que estava disposto a contratar
Escadinha -um dos criminosos
mais famosos da história do
Rio- como seu assessor parlamentar na área social, com salário
bruto de R$ 2.700.
"Meditei e vi que não seria certo
fazer isso com o dinheiro público,
mas com o meu. A Assembléia é
uma casa de leis e não uma igreja.
Agi mais como pastor do que como deputado", afirmou Mário
Luiz, que é pastor evangélico e faz
trabalhos em presídios.
O deputado não desistiu, porém, de ajudar Escadinha: quer
contratá-lo para trabalhar numa
obra social criada por ele, a Associação Mão Amiga.
A associação, por enquanto, só
existe no nome. Deverá começar a
funcionar no início do ano que
vem, realizando trabalhos sociais
de ajuda a drogados e ex-presidiários. Escadinha, segundo o pastor,
poderá atuar como uma espécie
de contato com o público, para
conversar com os ex-presidiários
sobre a sua condição. Receberia
salário de R$ 900.
Até lá, o peemedebista disse que
tentará empregar Escadinha na
obra social de algum evangélico
conhecido seu.
Condenado por tráfico de drogas e assalto, Escadinha já ganhou
direito ao regime semi-aberto
(passar o dia trabalhando e voltar
para dormir na prisão), mas nunca conseguiu emprego.
(FE)
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