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Novos-ricos permanecem no bairro
DA REPORTAGEM LOCAL
A empresária Rosane Arthur,
35 anos, está de mudança para
uma cobertura avaliada em R$ 1,6
milhão. A reforma está indo de
vento em popa. Com o apartamento ainda em obras, ela já sonha com a piscina aquecida e a
academia de ginástica que ocuparão o segundo andar do dúplex.
Rosane é uma representante típica da classe média que emergiu
no Tatuapé: bairrista e cheia de
dinheiro.
Nascida no bairro, filha de um
despachante e de uma dona de casa, ela administra com o marido,
Arnaldo Arthur Filho, 39, ex-morador da Mooca, uma empresa de
ar-condicionado central. "Começamos com três funcionários e
hoje temos 70", conta.
Se antes ela tinha de atravessar a
cidade para fazer compras no
Morumbi Shopping, hoje Rosane
tem a poucos quarteirões de sua
casa as lojas prediletas da família:
Gregori, Brooksfield, Viva Vida,
Guaraná Brasil, Vitor Hugo e H
Stern. "Parece que vai abrir uma
Ralph Lauren aqui. Hoje ninguém precisa sair do Tatuapé para nada", diz.
Na vizinhança, Rosane tem nomes ilustres. Ente eles, o ministro
do Desenvolvimento, Alcides Tápias, o jogador do Corinthians Ricardinho e o apresentador do
programa Leão Livre, da TV Record, Gilberto Barros.
Os moradores do Tatuapé, mesmo os que fizeram fortuna, nem
pensam em migrar para outros
bairros. Lá, a vizinhança se conhece e se frequenta. Boa parte
dos empreendimentos imobiliários são consumidos por antigos
moradores.
"Não tenho motivos para migrar para a zona sul. Trabalho por
perto, meus filhos estudam em
excelentes colégios aqui. À noite a
opção é um jantarzinho no Out
Back, no Anália Franco", afirma
Rosane.
Hoje o bairro tornou-se o sonho
de consumo dos moradores da
zona leste. O problema é que é difícil encontrar um imóvel por menos de R$ 100 mil.
A única opção econômica para
quem quer se mudar para lá é o
pedaço conhecido como Tatuapé
de Baixo, do outro lado da linha
do metrô, bem longe da região do
Anália Franco, onde se concentram os prédios de luxo e o comércio sofisticado.
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