São Paulo, Sábado, 09 de Outubro de 1999
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OUTRO LADO

Advogado contesta a confissão

da Reportagem Local

O advogado Jorge Henrique Monteiro Martins, que desde ontem defende Sebastião José Rodrigues, considera que seu cliente "não estava dentro das faculdades mentais completas" quando confessou que pagou R$ 300 a um amigo para ter a mão esquerda decepada.
"Ele não está articulando bem as idéias, não consegui me comunicar direito com ele", afirma Martins. "No interrogatório, ele confirmou que pagou para ter o braço amputado, mas não é um interrogatório coerente."
O delegado Marcos Parra, responsável pelo interrogatório, contestou a declaração. "O depoimento é claro e linear, não há o que contestar", declarou Parra.
Segundo o advogado Martins, o interrogatório respondido por Rodrigues é "questionável", pois ele estava sob efeito de sedativos.
Mesmo assim, Martins acha provável que seu cliente realmente tenha pago para ter o braço amputado, mas diz que a polícia tem apenas indícios e que isso não pode ser considerado a verdade absoluta.
"A verdade ninguém sabe ainda. A única certeza é que ele estava passando por um sofrimento, uma dificuldade muito grande, que o obrigou a buscar uma saída desesperada", declarou Martins.
O advogado foi contratado ontem pela família de Rodrigues e não quis comentar quanto está ganhando de honorários. À tarde, encontrou-se com seu cliente pela primeira vez.
Passou cerca de uma hora no ambulatório do Hospital Ipiranga, onde Rodrigues está internado. "Ele disse estar muito arrependido", declarou após a visita. (OC)


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