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OUTRO LADO
Advogado contesta a confissão
da Reportagem Local
O advogado Jorge Henrique Monteiro Martins, que
desde ontem defende Sebastião José Rodrigues, considera que seu cliente "não estava dentro das faculdades
mentais completas" quando
confessou que pagou R$ 300
a um amigo para ter a mão
esquerda decepada.
"Ele não está articulando
bem as idéias, não consegui
me comunicar direito com
ele", afirma Martins. "No interrogatório, ele confirmou
que pagou para ter o braço
amputado, mas não é um interrogatório coerente."
O delegado Marcos Parra,
responsável pelo interrogatório, contestou a declaração. "O depoimento é claro e
linear, não há o que contestar", declarou Parra.
Segundo o advogado Martins, o interrogatório respondido por Rodrigues é
"questionável", pois ele estava sob efeito de sedativos.
Mesmo assim, Martins
acha provável que seu cliente realmente tenha pago para ter o braço amputado,
mas diz que a polícia tem
apenas indícios e que isso
não pode ser considerado a
verdade absoluta.
"A verdade ninguém sabe
ainda. A única certeza é que
ele estava passando por um
sofrimento, uma dificuldade
muito grande, que o obrigou
a buscar uma saída desesperada", declarou Martins.
O advogado foi contratado
ontem pela família de Rodrigues e não quis comentar
quanto está ganhando de
honorários. À tarde, encontrou-se com seu cliente pela
primeira vez.
Passou cerca de uma hora
no ambulatório do Hospital
Ipiranga, onde Rodrigues
está internado. "Ele disse estar muito arrependido", declarou após a visita.
(OC)
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