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VIOLÊNCIA
Estudante de 17 anos foi morto após perseguição nas ruas de Americana, no interior de São Paulo
Policial acusado de matar aluno é preso
ELI FERNANDES
free-lance para a Folha Campinas
O policial militar Antonio Joaquim da Silva Neto, 37, foi preso
anteontem à noite acusado de
matar com um tiro o estudante
Rafael Tarossi, 17, após uma perseguição em Americana (133 km
de São Paulo).
A perseguição começou na avenida Rio Branco, no centro da cidade, por volta das 23h, e terminou no mercado municipal, que
fica a cerca de 500 metros do local.
Segundo o depoimento de Neto,
ele estava em um carro da Polícia
Militar com outro policial e perseguiu Tarossi, que dirigia uma moto, para averiguar se o adolescente
tinha carteira de habilitação.
Tarossi, que usava capacete enquanto dirigia, estava com o amigo S.B.B., 16.
Sirene
De acordo com a versão de Neto dada à Polícia Civil, ainda na
avenida, os policiais ligaram as luzes e a sirene do carro, mas os
adolescentes teriam se recusado a
parar a moto.
Os jovens entraram na rua Marechal Deodoro, na contramão, e
teriam caído da moto.
Os policiais estavam fazendo
ronda na região central.
Por outro lado, S.B.B., em seu
depoimento à polícia, disse que
Tarossi parou a moto.
O adolescente afirmou que desceu com as mãos para cima e,
mesmo assim, foi agredido com
uma coronhada no ombro e chutes na perna pelo policial Antonio
Joaquim da Silva Neto.
O mesmo policial teria dado um
tiro na nuca de Tarossi.
O adolescente S.B.B. foi levado
para o hospital.
Rafael Tarossi morreu depois de
ser encaminhado ao pronto-socorro de Americana.
De acordo com o depoimento
da estudante C.S.C., 17, que foi
testemunha do caso, um dos policiais retirou S.B.B. da garupa da
moto e o espancou.
A estudante não soube identificar o PM porque estava a 500 metros do local, em um trailer de lanches.
Neto foi preso pelo sargento da
PM Antonio Durvalino Menegazzo e levado para o presídio da Polícia Militar na Grande São Paulo.
O policial é acusado de homicídio.
Revolta
O metalúrgico Pedro Elias Beckedorf, pai de S.B.B., foi até a delegacia durante a madrugada e teria
se desentendido com policiais civis e militares.
Ele foi acusado de ter danificado
um dos carros da polícia. Foi registrado um termo de ocorrência
contra o metalúrgico.
O pai do adolescente que morreu não compareceu à delegacia.
No boletim de ocorrência não
consta o proprietário da moto que
Tarossi dirigia.
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