São Paulo, Sábado, 09 de Outubro de 1999
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Preços de alguns medicamentos caem

da Sucursal de Brasília

A guerra comercial envolvendo laboratórios nacionais e multinacionais desde a promulgação da Lei dos Genéricos em fevereiro passado já trouxe pelo menos um benefício ao consumidor.
Nos últimos 30 dias, 29 similares e pelo menos dois medicamentos originais tiveram seus preços reduzidos. A Cefoxima produzida pelo laboratório Cibram, por exemplo, teve redução de preço de 50,59%, caindo de R$ 39,02 para R$ 19,28. O levantamento é do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal.
Não foram apenas os medicamentos vendidos com o nome genérico que tiveram redução de preços. O Losec (nome de marca do omeprazol) e o Renitec (enalapril maleato), dois dos medicamentos de marca mais vendidos no país, sofreram redução de aproximadamente 20% em seus preços de agosto para cá.
Para o presidente do Idum (Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos), Antônio Barbosa, a queda nos preços é resultado da maior procura da população pelos similares.
"A discussão sobre a Lei dos Genéricos é positiva porque a população tomou conhecimento de que é possível comprar medicamentos que fazem o mesmo efeito dos tradicionais por um preço muito mais em conta", diz.
Pesquisa do Idum feita em 22 capitais e 6 cidades do interior neste ano levantou que, de cada 20 receitas médicas apresentadas nas farmácias, 4 já trazem o nome dos remédios pelo nome genérico em vez do de marca.
A indústria farmacêutica movimentou no ano passado US$ 10,3 bilhões. O Brasil é o sétimo país em faturamento no setor. Os laboratórios multinacionais dominam o mercado, mas os fabricantes de similares (a maioria laboratórios nacionais) estão aumentando sua participação.
Em janeiro de 99, os remédios similares eram responsáveis por 3% das vendas. Em seis meses, mais que dobraram sua participação, passando a dominar 7% do mercado.
"A tendência é essa participação ir aumentando até chegar a 40% do mercado. Nossa expectativa é que, até o final do ano, os similares já sejam responsáveis por 15% das vendas", diz Barbosa.



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