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URBANISMO
Reforma é parte do projeto da operação urbana Diagonal Sul, que prevê mudar o perfil da região com novos edifícios
Parque será "isca" para novos investimentos
DA REPORTAGEM LOCAL
O novo parque Dom Pedro 2º
-que se estenderá da estação de
metrô de mesmo nome até a região do Mercado Municipal-
dará início ao plano da prefeitura
de revitalizar toda a região do entorno, hoje muito degradada.
"O parque é atualmente um
obstáculo à expansão das atividades centrais para a zona leste",
afirma a arquiteta Nadia Somekh,
vice-presidente da Emurb. "O furor rodoviarista da década de 70
criou uma série de bloqueios."
As barreiras a que se refere são
impostas aos pedestres. Ninguém
pára no parque Dom Pedro 2º, e,
também por isso, não há interesse
comercial pela região.
O arquiteto Fernando Chacel
propõe fazer no local uma intervenção parecida com a que foi feita no vale do Anhangabaú pelo arquiteto Jorge Wilheim, hoje secretário do Planejamento.
É de Wilheim que virá a segunda parte do projeto da prefeitura
para a região do parque: instituir a
Operação Urbana Diagonal Sul.
Nessas operações, a prefeitura
permite às construtoras erguerem
prédios maiores do que o permitido no restante da cidade, contanto que as empresas paguem uma
taxa, chamada de outorga onerosa. O novo parque Dom Pedro 2º
teria o potencial que falta à região
para atrair empreendedores.
"Imagine construir condomínios residenciais ou mesmo comerciais com vista para o parque.
Seriam altamente valorizados",
considera Nadia Somekh. "De
certa forma, o interesse já vem aumentando", diz a arquiteta.
Há um mês, a Comgás anunciou a construção de um prédio,
projetado pelo arquiteto João Armentano, em um terreno próximo da estação de metrô. No futuro, a sede da empresa será transferida da região da avenida Paulista
para o parque Dom Pedro 2º.
Palco sobre a água
O parque projetado por Chacel
envolve vários outros prédios hoje separados na região, entre os
quais o Colégio São Paulo, a estação de metrô, as paradas do Fura-fila e a própria prefeitura.
Entre a prefeitura e o colégio, está um dos trechos mais bonitos do
projeto. Trata-se de um gramado
parecido com a praça da Paz, no
Ibirapuera. Em frente a esse gramado, foi planejado um espelho
d'água. Suspenso sobre o lago, haverá um palco de vidro. A área será destinada a shows.
Os cinco viadutos que hoje desfiguram o parque serão revestidos
de vegetação, de forma a parecer
que foram encobertos. O projeto
prevê ainda pequenos bosques,
praças e coreto. A licitação que escolherá a empresa responsável
pela obra, segundo Nadia, deverá
estar pronta até o mês que vem.
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