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Prefeitura de SP quer restringir helipontos
Projeto de lei define a distância mínima de 500 metros entre dois helipontos e limita o horário de operação das aeronaves
Atualmente, apenas a Anac regulamenta o setor; em SP, vizinhos de helipontos convivem com explosão do número de pontos de pouso
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
planeja proibir a instalação de
helipontos a menos de 500 metros de outro ponto de pouso e
decolagem de helicópteros e
restringir o horário de operação das aeronaves.
As normas estão na minuta
do projeto de lei, elaborado pela Secretaria do Planejamento,
para disciplinar a atividade em
São Paulo, que hoje só é regulamentada pela Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil).
Até maio, dos 210 helipontos
paulistanos aprovados pela
Anac, somente 38% estavam licenciados pela prefeitura -que
atesta que o local atende às normas urbanísticas e não incomoda moradores. Ou seja, do
ponto de vista urbanístico, os
demais eram clandestinos.
Por falta de legislação específica, a prefeitura se limita a analisar se o heliponto causa impactos na vizinhança, obedece
à Lei de Zoneamento e conta
com a licença na Anac.
Restrições
Por causa da demanda -São
Paulo está entre as primeiras
cidades do mundo em quantidade de aparelhos- e da falta
de critérios de licenciamento,
houve uma explosão no número de pontos de pouso: saltou
de 109 pontos em abril de 2001
para 182 em maio de 2004.
A minuta, que foi colocada
em consulta pública, impede,
além da distância mínima, que
haja helipontos a menos de 500
metros dos limites de bairros
estritamente residenciais.
A não ser em casos especiais,
que serão analisados pela
CTLU (Câmara Técnica de Legislação Urbanística), helipontos também ficarão proibidos a
menos de 500 metros de estabelecimentos de ensino, hospitais, creches, asilos etc.
A legislação federal sobre a
distância mínima permite que
dois helipontos estejam próximos, desde que não haja riscos
para a navegação aérea.
Com permissão legal, avenidas como Paulista, Juscelino
Kubitscheck e Faria Lima têm
helipontos em distâncias bem
menores do que a proposta pela
minuta da prefeitura.
Outra exigência é que, ao requisitar o licenciamento, o proprietário apresente um EIV
(Estudo de Impacto de Vizinhança), para avaliar qual o
efeito do heliponto no raio de
250 metros do local .
A minuta visa ainda impedir
que helicópteros pousem e decolem a qualquer hora, como
ocorre hoje. Atualmente, condomínios decidem em que horário eles podem operar.
Os helipontos privados, comuns em edifícios, só poderão
operar no máximo das 7h às
22h. Já os heliportos (locais dotados de estrutura mais completa e pátios, por exemplo), estarão liberados das 7h às 23h.
Irregulares
A proposta não deixa claro se
os helipontos que não se enquadrariam na lei serão lacrados, mas, segundo o advogado
especialista em urbanismo
Fernando Pinheiro Pedro, os já
aprovados pela Anac têm direito adquirido e não poderão ser
fechados. ""Como a prefeitura
pretende renovar a licença a cada ano, é preciso saber como vai
ficar essa questão", disse. A Secretaria do Planejamento ainda
não quis se manifestar.
Para Pinheiro Pedro, porém,
a prefeitura, a partir da lei, passará a ter competência para autuar os que ainda não contarem
com o aval da Anac.
A criação de um regulamento
era uma reivindicação antiga
das sociedades de amigos de
bairros, diz a diretora técnica
do Movimento Defenda São
Paulo, Lucila Lacreta. ""A legislação é necessária, mas queremos avanços", afirma.
Fernando Campos, da Sociedade Amigos do Brooklin, defende que haja uma convivência amigável entre moradores e
usuários das aeronaves.
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