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Sem radares, números podem mudar
DA REPORTAGEM LOCAL
As estatísticas de mortes no
trânsito ainda não refletem os impactos de decisões do Denatran
(Departamento Nacional de
Trânsito) dos três últimos meses
de 2002 para controlar a fiscalização eletrônica da velocidade.
A ex-diretora do órgão Rosa
Cunha liderou medidas polêmicas para frear a "indústria da multa". As principais foram a que
anulava as multas de radar com
contratos por "produtividade"
(em que as operadoras recebem
conforme com a quantidade de
infrações) e a que determinava a
presença de um fiscal de trânsito
ao lado de cada radar móvel.
Os especialistas em trânsito divergiam sobre a existência da "indústria da multa" e sobre a necessidade mudanças. A maioria, porém, assim como a Abramcet (associação que reúne as operadoras
de radar) atacava a intenção de alterar até mesmo os contratos em
vigor e previa contestações jurídicas. Philip Gold, consultor do
BID, diz que os técnicos temiam a
retirada de radares e a sensação de
impunidade dos motoristas. Ele
avalia que os efeitos só serão sentidos neste ano. "O comportamento do motorista não muda de
uma hora para a outra."
Na capital paulista, as medidas
do Denatran levaram à retirada
dos 20 radares móveis em novembro. Os resultados jurídicos começaram a ser sentidos já em dezembro. Liminares em várias regiões do país validaram multas.
Em São Paulo, uma decisão da desembargadora federal Alda Basto
garantiu a manutenção dos contratos, e a CET conseguiu ser dispensada de manter um fiscal ao
lado de cada radar móvel.
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