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ACIDENTES
Diminuição das vítimas fatais no trânsito é puxada pela queda nesse tipo de ocorrência; constatação intriga especialistas
Segurança de pedestres melhora estatística
DA REPORTAGEM LOCAL
A redução das vítimas fatais no
trânsito da cidade de São Paulo
desde 1998 é puxada pela queda
das mortes de pedestres -que
caíram 32%. O número de ocupantes de veículos mortos, porém, subiu 18,7% desde então.
Em 1998, os pedestres representavam 55% da quantidade de
mortes no trânsito da capital paulista. Em 2002, eles eram 41,5%.
Essa constatação dos dados do
IML (Instituto Médico Legal) intriga especialistas do setor, que esperavam uma tendência de queda
em todos os segmentos depois da
implantação do Código de Trânsito Brasileiro, que trouxe novas
regras e punições aos infratores.
Uma das hipóteses, levantada
por Philip Anthony Gold, consultor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), é a de
que essa estatística reflita a expansão dos motociclistas na capital
paulista -que são ocupantes de
veículos. "Além de conduzirem as
motos de maneira arriscada, eles
estão mais sujeitos aos acidentes
graves", afirma Gold. Nos últimos
quatro anos, enquanto a frota de
carros subiu 10%, a de motos
cresceu mais de 35% -ultrapassando 400 mil unidades.
O "relaxamento" no uso do cinto de segurança pelos motoristas,
conforme reportagem publicada
pela Folha em julho do ano passado, também pode ter influência
nessa estatística. A adesão dos
motoristas, passageiros da frente
e passageiros do banco traseiro,
que, em 1998, era de 98%, 93% e
29%, respectivamente, caiu para
90%, 83% e 5%, de acordo com
pesquisas da CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego).
Mauricio Régio, assessor de segurança no trânsito da companhia, avalia que a dificuldade de
reduzir as mortes de ocupantes
dos veículos se deve à resistência
dos motoristas em dirigir de forma mais segura e principalmente
à característica da frota mais antiga. "Os veículos velhos são menos
seguros e ainda são os que causam mais acidentes", diz Régio.
Dados da CET de 1999 mostravam que os veículos com mais de
11 anos representavam 23% da
frota paulistana, mas eram responsáveis por 38% dos acidentes
com mortes em São Paulo.
De 2001 para 2002, entretanto, a
redução aconteceu tanto nas
mortes de pedestres como na de
ocupantes de veículos -queda de
7,3% e 7,6%, respectivamente.
(ALENCAR IZIDORO)
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