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PERIGO À VISTA
Cerca de 800 pessoas foram resgatadas em Florianópolis só neste ano
Crianças terão "curso de salva-vida"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS
Crianças de 8 a 12 anos que visitarem as praias de Florianópolis (SC), a partir de hoje, vão poder participar de um programa
de conscientização de normas
de segurança no mar chamado
"Projeto Golfinho". Elas vão ganhar uniforme, aprender noções de segurança no mar e ganhar um certificado de "salva-vidas mirim".
A preocupação tem motivo.
Só na primeira semana de janeiro, nas praias do norte de Santa
Catarina, cerca de 800 pessoas
precisaram ser resgatadas.
O problema é que geralmente
os turistas não se informam sobre condições de segurança na
água, se arriscam em pontos perigosos e não conseguem entender os alertas dos salva-vidas.
"Algo que todos podem observar é que, quando a espuma
do mar vem até a beirinha da
praia, é um indicativo de local
seguro. Quando a espuma morre antes de chegar à beira, é sinal
de que pode haver um buraco
naquela região, o que é perigoso", explica o salva-vidas civil
Rafael Manoel José, 22, uma das
cem pessoas -entre civis e militares- empenhadas em auxiliar os banhistas em praias de
Florianópolis.
Entre as principais vítimas
atendidas, segundo o setor de
salvamento do Corpo de Bombeiros, estão: "surfistas de final
de semana" (aqueles que não
têm intimidade com a prancha),
pessoas muito acostumadas a
nadar apenas em piscinas
(olham muito para baixo e perdem a noção de direção) e, em
geral, homens de 18 a 30 anos.
"As pessoas têm de olhar a
bandeira do posto dos salva-vidas para ter uma noção de como
está a agitação do mar. Bandeira
verde, o mar está bom, calmo. A
amarela indica que há muita ondulação, buracos e correntes
fortes. Com bandeira vermelha,
é preciso evitar entrar no mar",
disse o salva-vidas Vantuir de
Almeida, que trabalha na praia
do Santinho, onde há pelo menos uma ocorrência por dia.
De acordo com os salva-vidas,
o turista gaúcho, acostumado
com uma sinalização de mar
com mais bandeiras, é o que
mais se confunde nas praias catarinenses.
"Nem olhei [a bandeira do
posto], mas é importante, sim.
Ainda mais com crianças", disse
a paranaense Rose Amaro dos
Santos, que foi à praia acompanhada dos dois filhos.
"Aqui em Santa Catarina usamos também o apito, que serve
para alertar o banhista de que há
um perigo e que é preciso mudar de local, ou que está se afastando demais da areia", disse
Almeida.
(JAIRO MARQUES)
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