São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

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PERIGO À VISTA

Cerca de 800 pessoas foram resgatadas em Florianópolis só neste ano

Crianças terão "curso de salva-vida"

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

Crianças de 8 a 12 anos que visitarem as praias de Florianópolis (SC), a partir de hoje, vão poder participar de um programa de conscientização de normas de segurança no mar chamado "Projeto Golfinho". Elas vão ganhar uniforme, aprender noções de segurança no mar e ganhar um certificado de "salva-vidas mirim".
A preocupação tem motivo. Só na primeira semana de janeiro, nas praias do norte de Santa Catarina, cerca de 800 pessoas precisaram ser resgatadas.
O problema é que geralmente os turistas não se informam sobre condições de segurança na água, se arriscam em pontos perigosos e não conseguem entender os alertas dos salva-vidas.
"Algo que todos podem observar é que, quando a espuma do mar vem até a beirinha da praia, é um indicativo de local seguro. Quando a espuma morre antes de chegar à beira, é sinal de que pode haver um buraco naquela região, o que é perigoso", explica o salva-vidas civil Rafael Manoel José, 22, uma das cem pessoas -entre civis e militares- empenhadas em auxiliar os banhistas em praias de Florianópolis.
Entre as principais vítimas atendidas, segundo o setor de salvamento do Corpo de Bombeiros, estão: "surfistas de final de semana" (aqueles que não têm intimidade com a prancha), pessoas muito acostumadas a nadar apenas em piscinas (olham muito para baixo e perdem a noção de direção) e, em geral, homens de 18 a 30 anos.
"As pessoas têm de olhar a bandeira do posto dos salva-vidas para ter uma noção de como está a agitação do mar. Bandeira verde, o mar está bom, calmo. A amarela indica que há muita ondulação, buracos e correntes fortes. Com bandeira vermelha, é preciso evitar entrar no mar", disse o salva-vidas Vantuir de Almeida, que trabalha na praia do Santinho, onde há pelo menos uma ocorrência por dia.
De acordo com os salva-vidas, o turista gaúcho, acostumado com uma sinalização de mar com mais bandeiras, é o que mais se confunde nas praias catarinenses.
"Nem olhei [a bandeira do posto], mas é importante, sim. Ainda mais com crianças", disse a paranaense Rose Amaro dos Santos, que foi à praia acompanhada dos dois filhos.
"Aqui em Santa Catarina usamos também o apito, que serve para alertar o banhista de que há um perigo e que é preciso mudar de local, ou que está se afastando demais da areia", disse Almeida. (JAIRO MARQUES)


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