São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para profissionais do museu, telas voltaram intactas por um "milagre"

TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL

O fato de as telas "O Lavrador de Café" e "O Retrato de Suzanne Bloch" terem voltado ao Masp sem nenhum dano foi considerado um "milagre" por profissionais do museu. "Tivemos muita sorte. Os ladrões tiveram cuidado e não quiseram estragar o "produto" que tinham nas mãos", disse Eunice Sophia, chefe do acervo do Masp.
A sorte não foi apenas pelo zelo dos bandidos. As diferenças de temperatura, umidade e luminosidade poderiam causar perdas de pedaços da camada de tinta e rasgos na tela. Nos museus, esses fatores são rigidamente controlados.
Além disso, os quadros são pesados -a tela de Picasso tem 13,6 kg, e a de Portinari, 6 kg- e poderiam ter sofrido durante o manuseio e o transporte.
As duas pinturas são consideradas "frágeis" pois o seu tecido é muito fino e está oxidado. "Tínhamos uma preocupação grande porque qualquer pancada poderia rasgá-las", diz Karen Barbosa, coordenadora de conservação e restauro.
"A do Portinari já tinha uma proteção de policarbonato [um plástico transparente, colocado no verso da tela], que sofreu um arranhão", conta Barbosa. Ontem, o quadro de Picasso ganhou a mesma proteção.
As telas passaram a tarde no ateliê de restauro e seriam guardadas à noite na reserva técnica, o cofre do museu. Amanhã poderão novamente ser vistas pelo público.


Texto Anterior: Cem policiais, fuzis e helicóptero escoltam quadros até o Masp
Próximo Texto: Inaugurado em 1968, só agora prédio terá brigada de incêndio e atenderá Contru
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.