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Para profissionais do museu, telas voltaram intactas por um "milagre"
TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL
O fato de as telas "O Lavrador
de Café" e "O Retrato de Suzanne Bloch" terem voltado ao
Masp sem nenhum dano foi
considerado um "milagre" por
profissionais do museu. "Tivemos muita sorte. Os ladrões tiveram cuidado e não quiseram
estragar o "produto" que tinham
nas mãos", disse Eunice Sophia, chefe do acervo do Masp.
A sorte não foi apenas pelo
zelo dos bandidos. As diferenças de temperatura, umidade e
luminosidade poderiam causar
perdas de pedaços da camada
de tinta e rasgos na tela. Nos
museus, esses fatores são rigidamente controlados.
Além disso, os quadros são
pesados -a tela de Picasso tem
13,6 kg, e a de Portinari, 6 kg- e
poderiam ter sofrido durante o
manuseio e o transporte.
As duas pinturas são consideradas "frágeis" pois o seu tecido é muito fino e está oxidado. "Tínhamos uma preocupação grande porque qualquer
pancada poderia rasgá-las", diz
Karen Barbosa, coordenadora
de conservação e restauro.
"A do Portinari já tinha uma
proteção de policarbonato [um
plástico transparente, colocado
no verso da tela], que sofreu um
arranhão", conta Barbosa. Ontem, o quadro de Picasso ganhou a mesma proteção.
As telas passaram a tarde no
ateliê de restauro e seriam
guardadas à noite na reserva
técnica, o cofre do museu.
Amanhã poderão novamente
ser vistas pelo público.
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