ANDRÉ MONTEIRO
DA FOLHA ONLINE

A Polícia Militar submeteu ao bafômetro 47.696 motoristas na capital paulista nos dois primeiros meses deste ano e flagrou 1.449 (3% do total) com concentração de álcool no sangue suficiente para configurar infração ou crime de trânsito.
Apesar dos vários casos envolvendo motoristas embriagados nos últimos dias, a PM diz que tem atuado mais. Segundo a corporação, no mesmo período de 2009, apenas 5.065 motoristas passaram pelo teste -o percentual de flagrados, no entanto, foi bem maior (6,8%).
A PM usa bafômetros com frequência desde o início da Operação Direção Segura, em abril de 2007, mas o cerco cresceu muito a partir da vigência da Lei Seca, em junho de 2008.
Desde o começo da operação, 7.256 foram autuados por infração ao artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro (dirigir sob a influência de álcool) e 1.224 foram detidos com base no artigo 306 (dirigir com mais de seis decigramas de álcool por litro de sangue, o equivalente a dois copos de chope).
O cerco aumentou porque a fiscalização em São Paulo foi estendida para todos os batalhões -até abril de 2009 só um cuidava do assunto. E o número de bafômetros aumentou de 14, em 2007, para os atuais 160.
"O bafômetro hoje é parte da viatura. Quem é mais velho pode não ver, porque não está na balada, mas quem tem 20, 30 anos sabe que os bloqueios já fazem parte da rotina", diz o capitão da PM Sérgio Marques.
A meta da PM é chegar a 200 mil motoristas submetidos ao bafômetro em abril -o saldo desde 2007 é de 173.781, sendo que menos de 1% (1.139 pessoas) se recusou a fazer o teste.
Em apenas um ano, a polícia abordou na região metropolitana do Rio quase o mesmo número de motoristas -171.531. A frota da capital do Rio e cidades do entorno corresponde a apenas 40% da frota paulistana.