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VIOLÊNCIA
Para a polícia do Rio, área onde o jornalista foi morto já foi palco de assassinatos ordenados por Elias Maluco
Outros 60 teriam morrido no mesmo local
MÁRIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Em pouco mais de um ano, cerca de 60 pessoas foram mortas
por ordem do traficante Elias Maluco no mesmo local em que o
jornalista Tim Lopes, 51, foi assassinado, de acordo com informações da polícia do Rio.
Os crimes teriam sido cometidos dentro de uma gruta na favela
da Grota, no Complexo do Alemão (zona norte), conhecida como "microondas". O nome é uma
alusão ao forno de microondas
porque as vítimas são colocadas
em pneus e depois queimadas.
Em entrevista ontem à tarde,
um dos suspeitos, Reinaldo de
Amaral de Jesus, o Frei, disse que
o corpo de Lopes estaria enterrado em um cemitério clandestino
situado ao lado do "microondas".
Após obter as informações, a
polícia passou a achar que era de
outra pessoa o material colhido
na segunda na Vila Cruzeiro e
submetido a exame de DNA. O
material seria de um estuprador
morto pelos traficantes no mesmo dia. O resultado deverá ser conhecido na próxima semana.
"Eles [os suspeitos" disseram
que o material recolhido na Vila
Cruzeiro é, possivelmente, de um
morador que estuprou uma menina. O exame de DNA deve dar
negativo", afirmou o titular da 38ª
DP, Reginaldo Guilherme.
O comandante do Bope (Batalhão de Operações Especiais da
Polícia Militar), coronel Venâncio
Moura, disse ontem que havia recebido uma informação de que o
corpo do jornalista poderia estar
enterrado na favela da Grota. Segundo ele, o Bope fez uma incursão na favela anteontem, mas não
localizou nenhum cadáver.
Busca
Hoje a polícia do Rio deverá fazer uma nova operação na favela
da Grota para conferir se Lopes
foi mesmo enterrado no lugar indicado por um dos suspeitos.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança
Pública, a operação reunirá hoje
policiais do Bope, 16º Batalhão da
Polícia Militar, Core (Coordenadoria de Operações Especiais),
22ª DP (Penha) e 38ª DP (Brás de
Pina). Ontem à tarde, após o depoimento dos suspeitos, o secretário da Segurança Pública do
Rio, Roberto Aguiar, determinou
a ocupação da favela Vila Cruzeiro, onde Lopes foi capturado.
De acordo com a assessoria da
secretaria, cerca de 60 policiais do
Bope e do 16º BPM ocuparam a
Vila Cruzeiro ontem para garantir
que o baile funk não fosse realizado. A polícia investiga a informação de que o baile seria comandado pelo presidente da associação
de moradores da Vila Cruzeiro.
Colaborou KARINE RODRIGUES, free-lance para a Folha
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