São Paulo, segunda-feira, 10 de junho de 2002

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Parque dentro da unidade atraía crianças da vizinhança

DA REPORTAGEM LOCAL

"Era maravilhoso. A mãe nos chamava para dentro [de casa", mas a gente passava o dia brincando lá no parquinho." A afirmação é de Leila Alves, 50, que passou a infância na Vila Carioca. O "parquinho" a que ela se refere ficava dentro do depósito.
Leila conta que, no final da década de 50, as crianças do bairro costumavam passar o dia no terreno da empresa. Naquela época, os portões da unidade permaneciam abertos à população.
Lá dentro, uma área infantil completa, com escorregador, gangorra e campinho de futebol, entretia as crianças. Além disso, havia na área uma espécie de "clube da Shell" -para funcionários e vizinhos-, que promovia festas e bailes periodicamente. "Vinha gente de todos os lados."
Hoje, Leila diz temer uma eventual contaminação com os poluentes enterrados na Shell há cerca de 30 anos. E se preocupa com a mãe, que trabalhou na empresa como faxineira na década de 70.
Pertencente a outra geração, Luciana Martins, 29, também passou alguns anos brincando na Shell. Na época -início da década de 80- a empresa já não tinha o parque e o clube, mas, mesmo assim, atraía crianças.
Tanto Luciana como Leila têm filhos. Os de Luciana têm problemas respiratórios e alergias. Além de a Shell hoje não permitir a entrada de estranhos, as crianças estão proibidas, pelos pais, de se aproximarem da empresa. (RE)


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