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Parque dentro da unidade atraía crianças da vizinhança
DA REPORTAGEM LOCAL
"Era maravilhoso. A mãe nos
chamava para dentro [de casa",
mas a gente passava o dia brincando lá no parquinho." A afirmação é de Leila Alves, 50, que
passou a infância na Vila Carioca.
O "parquinho" a que ela se refere
ficava dentro do depósito.
Leila conta que, no final da década de 50, as crianças do bairro
costumavam passar o dia no terreno da empresa. Naquela época,
os portões da unidade permaneciam abertos à população.
Lá dentro, uma área infantil
completa, com escorregador,
gangorra e campinho de futebol,
entretia as crianças. Além disso,
havia na área uma espécie de "clube da Shell" -para funcionários e
vizinhos-, que promovia festas e
bailes periodicamente. "Vinha
gente de todos os lados."
Hoje, Leila diz temer uma eventual contaminação com os poluentes enterrados na Shell há cerca de 30 anos. E se preocupa com
a mãe, que trabalhou na empresa
como faxineira na década de 70.
Pertencente a outra geração,
Luciana Martins, 29, também
passou alguns anos brincando na
Shell. Na época -início da década de 80- a empresa já não tinha
o parque e o clube, mas, mesmo
assim, atraía crianças.
Tanto Luciana como Leila têm
filhos. Os de Luciana têm problemas respiratórios e alergias. Além
de a Shell hoje não permitir a entrada de estranhos, as crianças estão proibidas, pelos pais, de se
aproximarem da empresa.
(RE)
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