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'Politização causou fim da CPI'
da Reportagem Local
O líder do PPB na Câmara, Paulo
Frange, acredita que o fim da CPI
ocorreu devido à "politização" das
investigações e de atos da oposição, como o de pedir o impeachment do prefeito Celso Pitta durante os trabalhos da comissão.
Ele mesmo diz que é impossível
eliminar o aspecto político de uma
CPI, mas afirmou que o comportamento da oposição criou uma "resistência" em governistas que
eram favoráveis à apuração. Leia
trechos da entrevista abaixo. (JCS)
Folha - Quando a CPI foi aprovada, há 90 dias, havia um discurso
de governistas dizendo que a comissão era desnecessária porque o
Ministério Público e a polícia já estavam fazendo a investigação. Essa análise ainda é válida?
Paulo Frange - Sim, a análise ainda é a mesma. O Ministério Público vai continuar apurando. A Câmara tem um presidente que recebe e acolhe qualquer tipo de denúncia. Portanto, eles investigando lá e nós acolhendo as denúncias
aqui, não há perda. Apenas vamos
tirar de dentro da Câmara uma situação que hoje dificulta o trabalho de todo mundo.
Folha - O sr. acredita que haveria
hoje na Câmara o pedido de cassação de três vereadores, se a CPI
não tivesse existido?
Frange - Qualquer denúncia,
mesmo sem CPI, vai ser acolhida.
Assim como foi com o pedido de
impeachment (de Celso Pitta).
Folha - O sr. acredita que algum
erro provocou o fim da CPI?
Frange - Houve uma série de erros. Alguns vereadores da oposição, não os da CPI, saíram correndo atrás do impeachment de Pitta.
Com isso, as atenções ficaram divididas e acabaram frustradas.
Folha - Então o sr. acha que o pedido de impeachment politizou a
CPI e causou o seu fim?
Frange - Quando começou, a CPI
vinha caminhando bem. Em um
determinado momento, surgiu o
pedido de impeachment. Isso enfraqueceu o papel da comissão
porque a conotação foi de uma politização muito grande. Depois, o
próprio trabalho da CPI mostrou
que, quando se fala em CPI, a comissão é política.
Folha - A politização da comissão
causou o fim das investigações?
Frange - Isso criou uma resistência muito grande. Aqueles governistas que até gostariam de votar a
favor da prorrogação da CPI sentiram que era o momento de radicalizar. Até porque houve uma radicalização dando conta de que só
haveria anjos no PT.
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