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Promotores vão sustentar ONG
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Um amplo sítio alugado na pequena cidade de Juatuba, região
metropolitana de Belo Horizonte,
é o local de funcionamento de
uma ONG que tem como objetivo
tratar meninas que se envolvem
com prostituição e consumo de
drogas.
Funcionando desde fevereiro
do ano passado, a Meninadança
sobrevive atualmente com um orçamento mensal de R$ 2.500,
oriundos, em quase sua totalidade, de uma instituição inglesa.
Para ampliar a captação de recursos, é aguardada uma parceria
com o Ministério Público do Estado, que deve render à ONG, em
caso de sucesso, um aporte mensal de mais R$ 20 mil.
O dinheiro da parceria viria de
um desconto mensal, a título de
contribuição, do salário de promotores de Justiça voluntários da
cidade. O acordo deve ser assinado em agosto.
Isso possibilitaria que a Meninadança fosse levada a outros
pontos de Minas, principalmente
as regiões norte e nordeste, os
mais críticos do Estado.
A ONG mantém no sítio de Juatuba, atualmente, seis meninas
com passado de violência. Lá, elas
passam por terapias de grupo,
acompanhamento psicológico,
participam de oficinas e outras
atividades de inserção social.
De acordo com um dos responsáveis pela ONG, o inglês Matt
Roper, 26, o índice de meninas
que conseguem largar as drogas
ou a prostituição, depois de passar pelo sítio, chega a 80%.
A ONG mantém, além da sede,
uma escola de dança na favela
Morro do Papagaio, na região sul
da cidade, que serve como um
ponto de abordagem de meninas
que estejam em alguma situação
de risco.
Outras formas de abordagem
do Meninadança, segundo Roper,
consistem em visitas a prostíbulos e conversas com meninas que
ficam nas ruas e estradas do Estado, na tentativa de convencê-las a
ir para o sítio.
Uma das meninas tratadas na
ONG, A.P.F., 12, não pronunciava
uma palavra quando chegou ao
sítio, em março.
Ela teria sido violentada pelo
padrasto desde os 4 anos de idade,
em Mariana (110 km ao sudeste
de BH), onde morava. Além disso, o padrasto a prostituía.
A menina foi encaminhada ao
sítio a pedido do Conselho Tutelar de Mariana, após a mãe ter
perdido a guarda da filha, por ter
sido conivente com os abusos. O
padrasto foi preso.
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