UOL


São Paulo, quinta-feira, 10 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Perito considera versão "muito estranha"

DA SUCURSAL DO RIO

O perito Ricardo Molina, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), disse à Folha considerar "muito estranha" e "muito circunstancial" a versão da Secretaria de Segurança Pública para o tiro que atingiu a estudante Luciana Gonçalves de Novaes.
Em maio, Molina foi convidado pela secretaria para ajudar a esclarecer de onde partiu o tiro e recuperar imagens suprimidas do circuito interno de TV do campus.
Dez dias depois, foi afastado pelo chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, que alegou que o perito havia voltado ao campus sem informar a polícia. "Encontrar o projétil [no corpo de Valério Oliveira] pode ser um indício, mas dar o caso por encerrado, eu diria, é um pouco precipitado", disse Molina.
Para ele, é bastante improvável que o tiro tenha saído de um pátio no fundo do campus, como disse o secretário Anthony Garotinho.
"Vi poucos pontos de onde o tiro poderia ter partido: o corredor [onde a jovem estava], a cantina [no corredor] e em cima de um bloco [um dos prédios do campus]. O pátio estava cercado por tapumes, e neles não havia marca de tiro. Como podem ter concluído que o tiro partiu de dentro da Estácio? Não estou conseguindo encontrar a evidência", disse ele, que continua apurando o caso.
A direção da Estácio de Sá também está cética. "Já houve outras situações em que eles [policiais] mudaram a versão no dia seguinte. Já confundiram até vassoura com fuzil. Vamos esperar para ver se essa versão muda", disse o diretor Marcelo Campos. (ST)


Texto Anterior: Rio: Garotinho diz ter solucionado caso Estácio
Próximo Texto: Perguntas ao acusado são proibidas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.