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Perito considera versão "muito estranha"
DA SUCURSAL DO RIO
O perito Ricardo Molina, da
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas), disse à Folha considerar "muito estranha" e "muito circunstancial" a versão da Secretaria de Segurança Pública para o tiro que atingiu a estudante
Luciana Gonçalves de Novaes.
Em maio, Molina foi convidado
pela secretaria para ajudar a esclarecer de onde partiu o tiro e recuperar imagens suprimidas do circuito interno de TV do campus.
Dez dias depois, foi afastado pelo chefe de Polícia Civil, Álvaro
Lins, que alegou que o perito havia voltado ao campus sem informar a polícia. "Encontrar o projétil [no corpo de Valério Oliveira]
pode ser um indício, mas dar o caso por encerrado, eu diria, é um
pouco precipitado", disse Molina.
Para ele, é bastante improvável
que o tiro tenha saído de um pátio
no fundo do campus, como disse
o secretário Anthony Garotinho.
"Vi poucos pontos de onde o tiro poderia ter partido: o corredor
[onde a jovem estava], a cantina
[no corredor] e em cima de um
bloco [um dos prédios do campus]. O pátio estava cercado por
tapumes, e neles não havia marca
de tiro. Como podem ter concluído que o tiro partiu de dentro da
Estácio? Não estou conseguindo
encontrar a evidência", disse ele,
que continua apurando o caso.
A direção da Estácio de Sá também está cética. "Já houve outras
situações em que eles [policiais]
mudaram a versão no dia seguinte. Já confundiram até vassoura
com fuzil. Vamos esperar para ver
se essa versão muda", disse o diretor Marcelo Campos.
(ST)
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