|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Agentes da Polícia Civil param por 48 h no Rio
Serão afetados serviços como investigação, perícia e emissão de cédulas de identidade
Eles pedem o retorno de uma gratificação extinta em 2001; governo afirma que pretende dar aumento à categoria ainda neste ano
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
Os agentes da Polícia Civil do
Rio iniciaram ao meio-dia de
ontem uma paralisação de 48
horas pelo retorno de uma gratificação extinta em 2001, que
elevava os salários em até 70%.
O Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Rio de
Janeiro (Sinpol) afirmou que
30% do efetivo continuará a
trabalhar em delegacias e outros serviços essenciais, como
determina a lei. Serão afetados
serviços como emissão de cédulas de identidade, exames de
necropsia, emissão de laudos
cadavéricos, registros de ocorrência, investigação, realização
de perícia em local de crime.
À noite, os delegados da Polícia Civil aprovaram em assembléia um indicativo de greve para depois dos Jogos Pan-Americanos e o apoio ao movimento
dos agentes. Hoje, os delegados
entregam ao governador Sérgio
Cabral documento com suas
reivindicações.
A Folha apurou que os policiais civis decidiram agora pela
paralisação em razão do resultado da operação no conjunto
de favelas do Alemão, em 27 de
junho, avaliada como positiva
pela cúpula da Secretaria de
Segurança do Rio. Na ação, 19
pessoas foram mortas.
Outra razão para o movimento grevista foi o desencadeamento da operação Hurricane pela Polícia Federal. A prisão de policiais envolvidos
com corrupção deixou a categoria mais motivada para trabalhar e reivindicar direitos.
Segundo o diretor do Sinpol,
Fernando Bandeira, o pagamento da gratificação é emergencial para a categoria. "O
rendimento mensal de um
agente policial hoje é de R$
1.600, o que é um absurdo."
Ainda segundo o Sinpol, os
policiais civis começaram a receber o benefício em 1999. "Em
2001, o Estado deixou de pagar
aos agentes da instituição. Mas
continuou pagando aos delegados, aos policiais militares e
aos integrantes do Corpo de
Bombeiros", disse Bandeira.
Segundo ele, a categoria pede a
volta do pagamento do benefício desde 2005.
O secretário de Segurança
Pública, José Mariano Beltrame, disse não acreditar que o
movimento resulte em greve.
Em nota oficial, o governo do
Estado afirmou que, assim que
houver folga orçamentária, será concedido reajuste aos policiais. "A orientação é de que,
ainda neste ano, seja concedido
aumento à categoria."
Na quarta, os agentes da Polícia Civil suspendem a paralisação de 48 horas e decidem se
entrarão em greve.
Texto Anterior: "Ninguém foi lá no morro para matar", diz delegado Próximo Texto: Ameaça de greve: Serra é vaiado em protesto organizado por policiais Índice
|