São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

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Agentes da Polícia Civil param por 48 h no Rio

Serão afetados serviços como investigação, perícia e emissão de cédulas de identidade

Eles pedem o retorno de uma gratificação extinta em 2001; governo afirma que pretende dar aumento à categoria ainda neste ano

MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO

Os agentes da Polícia Civil do Rio iniciaram ao meio-dia de ontem uma paralisação de 48 horas pelo retorno de uma gratificação extinta em 2001, que elevava os salários em até 70%.
O Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sinpol) afirmou que 30% do efetivo continuará a trabalhar em delegacias e outros serviços essenciais, como determina a lei. Serão afetados serviços como emissão de cédulas de identidade, exames de necropsia, emissão de laudos cadavéricos, registros de ocorrência, investigação, realização de perícia em local de crime.
À noite, os delegados da Polícia Civil aprovaram em assembléia um indicativo de greve para depois dos Jogos Pan-Americanos e o apoio ao movimento dos agentes. Hoje, os delegados entregam ao governador Sérgio Cabral documento com suas reivindicações.
A Folha apurou que os policiais civis decidiram agora pela paralisação em razão do resultado da operação no conjunto de favelas do Alemão, em 27 de junho, avaliada como positiva pela cúpula da Secretaria de Segurança do Rio. Na ação, 19 pessoas foram mortas.
Outra razão para o movimento grevista foi o desencadeamento da operação Hurricane pela Polícia Federal. A prisão de policiais envolvidos com corrupção deixou a categoria mais motivada para trabalhar e reivindicar direitos.
Segundo o diretor do Sinpol, Fernando Bandeira, o pagamento da gratificação é emergencial para a categoria. "O rendimento mensal de um agente policial hoje é de R$ 1.600, o que é um absurdo."
Ainda segundo o Sinpol, os policiais civis começaram a receber o benefício em 1999. "Em 2001, o Estado deixou de pagar aos agentes da instituição. Mas continuou pagando aos delegados, aos policiais militares e aos integrantes do Corpo de Bombeiros", disse Bandeira. Segundo ele, a categoria pede a volta do pagamento do benefício desde 2005.
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse não acreditar que o movimento resulte em greve.
Em nota oficial, o governo do Estado afirmou que, assim que houver folga orçamentária, será concedido reajuste aos policiais. "A orientação é de que, ainda neste ano, seja concedido aumento à categoria."
Na quarta, os agentes da Polícia Civil suspendem a paralisação de 48 horas e decidem se entrarão em greve.


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