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VIOLÊNCIA
Juíza decretou prisão provisória por 5 dias; governador afasta 9 policiais
Presos 2 suspeitos de morte em AL
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
O governador Ronaldo Lessa
(PSB) determinou ontem o afastamento de nove policiais civis de
suas funções por tempo indeterminado.
Eles são suspeitos de envolvimento na tortura e assassinato do
eletricista e artista plástico José
Joaquim Araújo, 45.
Às 19h30, a juíza Elizabeth Carvalho decretou a prisão provisória, por cinco dias, dos policiais
Themildo Duarte das Trevas, chefe do 1º Distrito, e Luiz Carlos Albuquerque, chefe do 3º Distrito.
Além de terem sido citados no
depoimento de Araújo, como
participantes da tortura, eles chefiavam as equipes de agentes das
duas delegacias responsáveis pela
prisão do eletricista.
Araújo foi preso sob a acusação
de ter assassinado o policial civil
José de Melo. Após a prisão,
Araújo disse que foi espancado
por cerca de 20 policiais.
Três dias após ser preso, o verdadeiro autor do disparo que matou Melo, o funcionário público
Iramir Salustiano, se entregou à
Justiça e confessou o crime.
Anteontem, cerca de 10h após
ser libertado, o eletricista foi assassinado com 20 tiros, segundo
laudo do IML (Instituto Médico
Legal) divulgado ontem.
Lessa recebeu ontem vários ofícios de entidades nacionais e internacionais de direitos humanos
cobrando a elucidação do crime.
O ministro da Justiça, Renan
Calheiros, colocou a estrutura da
Polícia Federal à disposição do
governo de Alagoas, mas o governador recusou.
"Se há um grupo de bandidos
dentro da polícia, vamos colocá-lo na cadeia. Não quero a Polícia
Federal no caso. É essa a polícia
que temos e é ela que vai ter que se
corrigir", afirmou Lessa.
O secretário da Segurança, Edmilson Miranda, que anteontem
afirmou que não afastaria os policiais, mudou de opinião após
conversar com Lessa.
Para a polícia alagoana não há
mais dúvidas de que Araújo morreu para não identificar seus torturadores.
Em depoimento prestado na última terça-feira à juíza Elizabeth
Carvalho, Araújo citou três nomes, os mesmo que tiveram o pedido de prisão temporária solicitado pelo secretário.
Ontem, telefonemas anônimos
para a juíza Elizabeth Carvalho
informaram que haveria um
atentado contra ela no Fórum.
A juíza, o promotor do caso,
Carlos Jorge Barros, e o procurador de Justiça do Estado, Lean
Araújo, receberam vários telefonemas anônimos com ameaças.
Todos estão protegidos por grupos de cinco policiais.
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