|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Planejamento de ação durou 30 dias
DA REPORTAGEM LOCAL
Documento reservado do Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância), que não está no inquérito feito pela Polícia Militar sobre as 12 mortes em Sorocaba (100 km de SP), em março, revela que a preparação
do flagrante durou cerca de 30 dias e que a Justiça sabia que a
operação contava com a infiltração de presos condenados.
Segundo o ofício do Gradi, encaminhado ao então juiz-corregedor do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais) Maurício Lemos Porto Alves em 12 de março
-sete dias depois do confronto-, a ação contou com a participação dos presos Gilmar Leite Siqueira e Marcos Massari.
O documento foi divulgado pela Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP (Ordem dos Advogados do Brasil). "Os criminosos poderiam ter sido presos antes.
Foi tudo uma armação para fazer
farol e chamar a atenção da mídia", afirmou o presidente da comissão, João José Sady.
Segundo o ofício, a operação começa com Siqueira ligando para
membros de uma quadrilha. Depois houve cinco encontros com
os criminosos, que tiveram a participação de Siqueira e de dois
PMs que atuaram na infiltração.
Em um encontro, o preso e os
policiais infiltrados chegaram a ir
com integrantes da quadrilha até
o aeroporto de Sorocaba, onde
pousaria o suposto avião com R$
28 milhões, que seria o alvo do assalto. Foram feitas fotos e estudada uma eventual rota de fuga.
O ofício do Gradi usa o termo
infiltração várias vezes e chega a
informar que Siqueira "pilotava
as conversações" com a quadrilha. Afastado da função na quarta-feira, Lemos tem recusado pedidos de entrevista à Folha encaminhados ao Tribunal de Justiça.
Texto Anterior: Secretário diz que desconhecia uso de presos Próximo Texto: Letras Jurídicas - Walter Ceneviva: Uma vida para o bem comum Índice
|