São Paulo, segunda, 10 de agosto de 1998

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Avaliação não é feita após ação

da Sucursal do Rio

O policial do Rio que mata alguém durante uma ação profissional não é avaliado psicologicamente após a ocorrência.
Para Márcia Meinicke, chefe do Serviço de Psicologia do HCPM (Hospital Central da PM), esse policial deveria ser examinado.
O caso do cabo Sidnei Teodoro Ponteiro, do 23º BPM (Batalhão de Polícia Militar), mostra bem como funciona a corporação.
Na quarta-feira passada, o cabo matou a tiros, na praça Nossa Senhora da Paz (Ipanema, zona sul), dois supostos assaltantes. A ação foi elogiada pela cúpula da PM. Ninguém na PM falou em submetê-lo a uma avaliação psicológica.
A chefe do Serviço de Psicologia do HCPM afirma que o cabo agiu em legítima defesa. Mesmo assim, ela acha que Ponteiro deveria ser avaliado por psicólogos. "Acho que o policial envolvido em mortes deveria ser afastado do serviço por um tempo. É importante para o policial ter uma assistência, até para manter o equilíbrio para exercer sua função de forma adequada", disse a psicóloga.
A lei que determina a assistência psicológica nas Polícias Civil e Militar não significa que todo policial terá de ser examinado. "Não se pode obrigar alguém a entrar em um consultório para fazer psicoterapia", disse Márcia Meinicke.
O presidente do Sindicato dos Psicólogos, Alexandre Pinheiro dos Santos, também é contra a imposição. "A idéia é fazer que o policial seja atendido pelo menos uma vez por semana." (ST)



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