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Dicionários trabalham mais rápido
da Reportagem Local
Os dicionários brasileiros trabalham mais rápido que a ABL na
pesquisa das palavras que passam
a fazer parte da língua portuguesa.
Muitos termos que constam do
vocabulário lançado hoje pela
Academia são encontrados, há alguns anos, nos principais dicionários do país.
"A ABL demorou muito para
lançar esse vocabulário. O ideal
seria que eles fizessem novas edições a cada cinco anos. A língua
muda muito depressa", afirma
Walter Weiszflog, editor da Melhoramentos, que publica o dicionário "Michaelis".
Estão no dicionário da Melhoramentos palavras como "acerola", "agilizar", "chacrete" e
"conjeturar", só agora incluídas
no vocabulário da ABL. O "Aurélio", por exemplo, já registrava
"agilizar" desde 1995.
Weiszflog diz que o "Michaelis", republicado neste ano, é
atualizado a cada cinco anos e
reescrito a cada dez.
Para Marina Baird Buarque de
Holanda Ferreira, uma das coordenadoras da equipe do "Aurélio", o processo de confecção do
vocabulário é diferente do do dicionário. "Os dicionários têm por
trás as editoras, e é muito trabalhoso fazer um vocabulário", diz.
Mesmo assim, os editores dos
dicionários afirmam que devem
incluir em suas publicações as novas palavras que eles ainda não
houverem registrado.
No caso do "Aurélio", a coordenadora da edição diz que não
sabe se será possível incluir todas
as palavras, por causa da limitação
de páginas. "Como não podemos
fazer mais de um volume, vamos
triar rigorosamente esse novo vocabulário", diz Marina.
Fontes de pesquisa
A principal fonte de pesquisa das
equipes que trabalham na atualização dos dicionários é a mídia.
Tanto o "Michaelis" quanto o
"Aurélio" usam jornais e revistas
de abrangência nacional para escolher as novas palavras.
Os dicionários contam também
com especialistas em diversas
áreas de conhecimento, como
química, física e biologia. Eles são
responsáveis por pesquisar os novos jargões de sua área.
Quando constatam que uma palavra já é de domínio público e não
corre risco de desaparecer, incluem o novo vocábulo.
Um exemplo de palavra que chegou a ser cogitada para integrar o
"Michaelis" é o termo "malufar", que foi muito usado para designar a adesão à candidatura de
Paulo Maluf. Como o termo caiu
em desuso, não foi incluído.
Para os editores, não deve haver
problema na definição dos significados das novas palavras do vocabulário da ABL. "Só escolhemos
palavras sobre cujo significado
não há dúvida", diz Weiszflog.
(MGs)
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