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PENITENCIÁRIAS
Segundo conselho, detentos como o maníaco do parque também poderão ser beneficiados se tiverem parceira estável
Preso homossexual deve ter visita íntima
ABNOR GONDIM
da Sucursal de Brasília
A visita íntima com relações sexuais é um direito dos presos e deve ser estendida para os solteiros e
até para os homossexuais, segundo reconheceu ontem o Conselho
Nacional de Política Criminal e
Penitenciária do Ministério da
Justiça.
As penitenciárias de São Paulo,
que hoje só permitem a visita íntima para os homens, irão também
atender as mulheres presas. Mas
há reações contra o direito dos homossexuais.
"A visita íntima deve ser assegurada independentemente do sexo,
do estado civil e da opção sexual
do preso", afirmou o presidente
do conselho, Licínio Barbosa.
O conselho aprovou ontem as
diretrizes básicas da resolução que
irá regulamentar as visitas íntimas
nas penitenciárias. O texto final da
medida será votado na próxima
reunião do conselho, nos dias 19 e
20 de outubro, em Belo Horizonte.
Uma das diretrizes aprovadas
aponta que a visita íntima não deve ser suspensa como forma de
punição do preso. Isso somente
poderá acontecer se o preso cometer alguma infração durante a própria visita íntima.
Outra diretriz recomenda que
somente podem fazer visita íntima
os parceiros com os quais os presos tenham pelo menos quatro
meses de união estável.
A ampliação da visita íntima foi
defendida durante a reunião por
dois técnicos do Ministério da
Saúde como forma de combater a
proliferação de Aids e de doenças
sexualmente transmissíveis nos
presídios.
Ex-secretário de Justiça do Paraná, o conselheiro Ronaldo Botelho
usou expressões grosseiras para
condenar o homossexualismo.
Mas disse que a medida deverá ser
estendida para os homossexuais.
"Inevitavelmente, eles também
serão beneficiados."
Relator da proposta de resolução, o conselheiro Miguel Frederico do Espírito Santo disse que a
visita íntima deverá ser estendida
inclusive para os estupradores que
tenham companheira estável.
Segundo o conselheiro, Francisco de Assis Pereira, o maníaco do
parque, poderá ser beneficiado
pela visita íntima se comprovar ter
uma parceira estável, apesar de ter
confessado o assassinato de nove
mulheres.
Prisão perpétua
Propostas a favor de penas de
morte e de prisão perpétua no
Brasil não têm chances de serem
aprovadas no Congresso porque
ferem cláusulas pétreas da Constituição, que não podem ser alteradas nem sequer por emenda constitucional.
Esse é o teor da resolução aprovada ontem pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça. O
objetivo é alertar a sociedade contra "ameaças constantes de afronta" aos direitos individuais assegurados na Constituição.
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