São Paulo, sábado, 10 de outubro de 1998

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Ex-modelo acusa Rafael de usar arma

da Reportagem Local

O cantor Rafael Ilha Alves Pereira, 25, ex-integrante do grupo musical Polegar, teria apontado uma arma para a cabeça do PM Carlos Augusto Calazans Pedreira durante o assalto ocorrido no dia 3 de setembro deste ano.
A informação foi dada ontem, durante depoimento à Justiça, por Eliane Regina dos Santos, uma ex-modelo que reconheceu o músico como sendo o "Alemão", seu cúmplice no assalto.
Segundo Eliane, conhecida como "Vera Verão", Rafael teria engatilhado o revólver após encostá-lo na cabeça do PM -que teve R$ 6.000 roubados ao sair de uma agência bancária.
Ontem à tarde, na 26ª Vara Criminal de São Paulo, Vera Verão reconheceu Rafael pela segunda vez como sendo o Alemão. Ela já o havia indicado como cúmplice no reconhecimento na polícia.
Rafael também prestou depoimento ontem e voltou a negar que conheça Eliane e que tenha assaltado o PM. Disse que havia outras duas pessoas chamadas de "Alemão" no ponto de drogas que frequentava, na avenida Água Espraiada (zona sudoeste de SP). Eliane também frequentava o ponto.
O ex-Polegar disse, em seu depoimento, que é usuário de drogas desde os 15 anos. Começou fumando maconha, passou para a cocaína e, depois de provar drogas injetáveis, se iniciou no crack.
E foi justamente na fissura para comprar a droga que ele foi preso.
No dia 14 de setembro, Rafael tentou roubar um vale-transporte e R$ 1 da balconista Tatiane Oliveira Pereira, sendo preso em flagrante.
O caso do ex-Polegar foi intensamente explorado pela mídia. Depois de ter seu rosto exibido na televisão, foi reconhecido pelo PM.
Rafael disse à Justiça que no dia do assalto ao PM ele estava assistindo uma palestra do deputado Édson Ferrarini sobre drogas com sua avó. Também afirmou não saber o motivo pelo qual Vera Verão estaria tentando incriminá-lo.
"Vamos tentar revogar a prisão preventiva de Rafael para que ele faça um tratamento contra o vício", disse o advogado do músico, Contran Guanaes Simões.
Rafael, muito abatido, vestia uma camisa branca e um colete preto na tarde de ontem. Ele ainda sente náuseas e dores pelo corpo. Preso em uma cela no 96º DP (Brooklin), Rafael está tomando anticonvulsivos e calmantes há mais de duas semanas.



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