|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRABALHO
Médico com mestrado ou doutorado ganha R$ 8.966; carreira remunera melhor também entre os que não têm pós-graduação
Medicina é profissão mais bem paga, diz FGV
LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO
Médicos com cursos de mestrado ou doutorado lideram o ranking dos profissionais mais bem
remunerados do país, com renda
mensal média de R$ 8.966,07, segundo a pesquisa "O Retorno da
Educação no Mercado de Trabalho", do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas.
Os médicos, por outro lado, são
a categoria que mais trabalha:
52,02 horas por semana.
Os cinco primeiros lugares no
ranking da remuneração são ocupados por profissionais com pós-graduação. Depois da medicina,
aparecem, pela ordem, administração (R$ 8.012,10), direito (R$
7.540,79), ciências econômicas e
contábeis (R$ 7.085,24) e engenharia (R$ 6.938,39) -todas com
mestrado ou doutorado.
Se considerados apenas os profissionais sem pós-graduação, a
medicina também lidera, com remuneração média de R$ 6.705,82.
No ranking geral, a medicina sem
pós aparece em sexto lugar.
O ranking inclui as rendas de todas as ocupações do profissional.
Coordenado pelo economista
Marcelo Neri, o estudo tem como
base o Censo de 2000, do IBGE,
com os valores dos salários médios atualizados a preços de 2005.
"A hierarquia educacional se reflete na hierarquia dos resultados
no mercado de trabalho", disse
Neri. Assim, a renda do médico
com mestrado ou doutorado é
cerca de 1.500% maior que a de
quem nunca freqüentou escola.
Quando se avaliam os dados
por município, a ordem dos mais
bem pagos se altera um pouco.
No município de São Paulo estão
na frente os que fizeram mestrado
ou doutorado em administração,
com renda média de R$ 10.719,49.
Já no Rio, advogados com mestrado e doutorado lideram o ranking, com renda de R$ 9.371,46.
No Distrito Federal, na contramão da tendência nacional, são os
formados em propaganda e marketing -sem pós-graduação-
os mais bem pagos, com um salário médio de R$ 10.655,01.
Além da remuneração, os dados
da pesquisa também indicam a
probabilidade de ocupação de cada profissional. No ranking ocupacional, as cinco primeiras posições são da área médica. Além
dos médicos com mestrado e
doutorado -com a maior chance
de ocupação (93%)- estão os
médicos sem pós-graduação
(91%), os graduados em odontologia (88%), farmácia (87%) e enfermagem (82%).
Marcelo Neri montou um sistema em que o usuário é capaz de
buscar dados que possam ajudá-lo na decisão de investir em educação ou na escolha da profissão.
O sistema, que reúne dados do
Censo de 2000, funciona como
uma espécie de espelho. O usuário entra com seus dados -sexo,
idade, raça, localização e nível de
formação- e verifica a renda média recebida por profissionais como ele e a probabilidade de se empregar. Com o sistema, pode-se
ver inclusive o reflexo de discriminação no mercado de trabalho.
Por exemplo, um homem, com
mestrado ou doutorado em administração, de 45 a 49 anos, que
mora em área urbana, e não tem
descendência afro recebe uma
renda média de R$ 4.396,72, acima dos R$ 2.693,19 recebidos por
uma mulher, com a mesma formação, idade, raça e localização.
O banco de dados pode ser acessado pelo endereço eletrônico
www.fgv.br/ibre/cps.
Texto Anterior: Arquitetura: Amazônia terá obra de Niemeyer Próximo Texto: Brasileiro obtém renda mais alta aos 51 anos Índice
|