São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2005

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TRABALHO

Médico com mestrado ou doutorado ganha R$ 8.966; carreira remunera melhor também entre os que não têm pós-graduação

Medicina é profissão mais bem paga, diz FGV

LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO

Médicos com cursos de mestrado ou doutorado lideram o ranking dos profissionais mais bem remunerados do país, com renda mensal média de R$ 8.966,07, segundo a pesquisa "O Retorno da Educação no Mercado de Trabalho", do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas.
Os médicos, por outro lado, são a categoria que mais trabalha: 52,02 horas por semana.
Os cinco primeiros lugares no ranking da remuneração são ocupados por profissionais com pós-graduação. Depois da medicina, aparecem, pela ordem, administração (R$ 8.012,10), direito (R$ 7.540,79), ciências econômicas e contábeis (R$ 7.085,24) e engenharia (R$ 6.938,39) -todas com mestrado ou doutorado.
Se considerados apenas os profissionais sem pós-graduação, a medicina também lidera, com remuneração média de R$ 6.705,82. No ranking geral, a medicina sem pós aparece em sexto lugar.
O ranking inclui as rendas de todas as ocupações do profissional.
Coordenado pelo economista Marcelo Neri, o estudo tem como base o Censo de 2000, do IBGE, com os valores dos salários médios atualizados a preços de 2005.
"A hierarquia educacional se reflete na hierarquia dos resultados no mercado de trabalho", disse Neri. Assim, a renda do médico com mestrado ou doutorado é cerca de 1.500% maior que a de quem nunca freqüentou escola.
Quando se avaliam os dados por município, a ordem dos mais bem pagos se altera um pouco. No município de São Paulo estão na frente os que fizeram mestrado ou doutorado em administração, com renda média de R$ 10.719,49.
Já no Rio, advogados com mestrado e doutorado lideram o ranking, com renda de R$ 9.371,46.
No Distrito Federal, na contramão da tendência nacional, são os formados em propaganda e marketing -sem pós-graduação- os mais bem pagos, com um salário médio de R$ 10.655,01.
Além da remuneração, os dados da pesquisa também indicam a probabilidade de ocupação de cada profissional. No ranking ocupacional, as cinco primeiras posições são da área médica. Além dos médicos com mestrado e doutorado -com a maior chance de ocupação (93%)- estão os médicos sem pós-graduação (91%), os graduados em odontologia (88%), farmácia (87%) e enfermagem (82%).
Marcelo Neri montou um sistema em que o usuário é capaz de buscar dados que possam ajudá-lo na decisão de investir em educação ou na escolha da profissão.
O sistema, que reúne dados do Censo de 2000, funciona como uma espécie de espelho. O usuário entra com seus dados -sexo, idade, raça, localização e nível de formação- e verifica a renda média recebida por profissionais como ele e a probabilidade de se empregar. Com o sistema, pode-se ver inclusive o reflexo de discriminação no mercado de trabalho.
Por exemplo, um homem, com mestrado ou doutorado em administração, de 45 a 49 anos, que mora em área urbana, e não tem descendência afro recebe uma renda média de R$ 4.396,72, acima dos R$ 2.693,19 recebidos por uma mulher, com a mesma formação, idade, raça e localização.
O banco de dados pode ser acessado pelo endereço eletrônico www.fgv.br/ibre/cps.


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