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FEBEM
Governador exonerou diretor de unidade por causa do resgate de menor infrator; presidente da fundação assumiu erro
Fuga de acusado de homicídios causa crise
DA REPORTAGEM LOCAL
O resgate, na última segunda-feira, do menor F.P., 17, o Batoré,
provocou uma crise na Febem de
São Paulo na semana passada. Ele
é acusado de ter matado 15 pessoas (inclusive três policiais) e de
ter participado de cerca de 50 sequestros relâmpagos.
Na quinta-feira, o governador
Mário Covas exonerou Francisco
Antônio Teodoro do cargo de diretor da unidade 31 da Febem de
Franco da Rocha (Grande SP),
onde o adolescente estava internado. De acordo com a presidência da instituição, ele foi negligente no caso Batoré.
Em repúdio à decisão, funcionários das unidades de Franco da
Rocha paralisaram as atividades
no início da tarde de quinta. No
complexo, estão os menores infratores mais perigosos.
Teodoro, porém, não foi demitido da fundação. Ele só está afastado da direção da unidade até
que seja finalizada uma sindicância interna sobre o ocorrido, o que
deve acontecer em 20 dias.
Batoré foi resgatado por três homens armados quando era transportado, numa perua da Febem,
para o Fórum da Infância e da Juventude, no centro de São Paulo,
onde aconteceria sua audiência
com o juiz da 2ª Vara. Ele estava
acompanhado por dois agentes
de proteção desarmados.
Apesar de Batoré ser considerado um interno perigoso (já fugiu
pelo menos sete vezes da Febem),
não foi solicitada uma escolta policial. Os monitores da instituição
são proibidos de portar armas.
Na terça-feira, quando Covas
determinou ao presidente da Febem, Benedito Duarte, que apontasse os culpados pela fuga de Batoré em 24 horas, Duarte assumiu
que a fundação havia errado em
não pedir a escolta.
Um comunicado publicado no
Diário Oficial do Estado na sexta-feira determinava que, a partir daquela data, a transferência de menores internos deverá ser feita
com escolta da PM.
Batoré tem oito passagens pela
Febem. Em sete delas o menor foi
detido por meio de operações de
busca e apreensão. Na instituição,
ele é conhecido como Binho. O
adolescente agia na zona leste, é
filho de uma cozinheira e tem um
casal de irmãos sem passagens pela polícia ou pela Febem.
Ele nega que tenha matado 15
pessoas e alega que a confissão foi
feita à polícia sob tortura.
Na Promotoria, Batoré mostrou
marcas nos pulsos e nas costas.
Segundo ele, os sinais foram feitos
na confissão.
(MARIANA VIVEIROS)
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