São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 2002

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Mulheres recebem menos visitas

DA REPORTAGEM LOCAL

As mulheres sofrem maior abandono que os homens na cadeia, e a prisão delas provoca um abalo maior na vida dos filhos. Essas diferenças entre homens e mulheres na vida carcerária foram relatadas pelo novo censo penitenciário realizado pelo governo de São Paulo.
Entre os homens, 29% não recebem visitas de familiares ou amigos. Esse percentual sobe para 36% no caso das mulheres.
Nas entrevistas, as presas apontaram o abandono da família como uma das maiores causas de depressão e desestímulo em relação ao trabalho e ao ensino, segundo a pesquisadora Vânia Bartalini, que coordenou as discussões nos grupos de detentos.
A prisão de uma mulher também representa um abalo maior na família, principalmente quanto ao destino dos filhos. Quando o homem é preso, a esposa fica com o filhos em 87% dos casos, segundo o levantamento.
Quando ocorre o inverso, os filhos ficam com o pai só em 20% das vezes. A principal alternativa das mães presas é deixar os filhos com os avós maternos, fato registrado em 40% dos casos de presas que declararam ter filhos.
Os filhos de presas também estão mais sujeitos ao risco do abandono e da criminalidade, segundo o censo penitenciário. Das entrevistas, 2% declararam que seus filhos estão no orfanato e 1% que estão na Febem. Esses dois índices caem para zero no caso de filhos de presidiários.


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