São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 1998.



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Contato físico é importante, diz pesquisadora

da Reportagem Local

A satisfação sexual partilhada entre mãe e filho -que dividem prazeres em práticas como o amamentar e dar banho- poderia explicar o baixíssimo número de casos de abusos envolvendo mulheres. "A troca de prazeres entre mãe e bebê é extremamente saudável", diz a pesquisadora Heleieth Saffioti. "Acredito que essas práticas respondam parcialmente pelo baixo grau de agressão sexual por parte da mãe."
Da mesma forma, o fato de não "paternar" o filho pode ser um dos fatores que leva o pai a cometer abusos sexuais contra ele. O desejo sexual entre pai e filho existiria na mesma intensidade que entre mãe e criança. "Esse desejo escondido e não realizado pode um dia aflorar com violência sexual."
Dentro desse princípio, uma proximidade física maior entre pai e filho poderia contribuir para uma vida afetiva e sexual mais saudável e prazerosa. De acordo com estudos, 10% das crianças vítimas de abuso são meninos.
Dentro dos padrões vigentes, a proximidade física entre pai e filho é sempre vista com reservas. Não é o que acontece com a mulher. "O fato de mãe e filho, menino ou menina, tomarem banhos ou dormirem juntos é aceito com naturalidade pela sociedade", diz a psicóloga Maria Aparecida Barbosa, do Instituto Kaplan. "Onde há dois corpos, há sempre erotização." Uma erotização que não é bem vista quando se trata de pai e filha, por exemplo. (AB)


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