São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2002

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Polícia não tem registro de caso semelhante

DA REDAÇÃO

A polícia paulista acredita que é inédita a circunstância do caso registrado em Campinas. Oficialmente, os delegados que comandam as investigações sobre sequestros não têm registros de que alguma outra vítima tenha sido levada à porta de casa e assassinada pelos sequestradores.
No ano passado, não houve também mortes de reféns em cativeiro, segundo a polícia paulista. Sobre os anos anteriores, não há dados estatísticos disponíveis em São Paulo, mas registros em jornais mostram que na última década vários deles aconteceram nesse e em outros Estados. Sempre longe dos olhos dos familiares, segundo as informações relatadas. Em geral, os corpos foram localizados em rondas da polícia ou a partir de informações dos sequestradores, quando presos.
Um dos mais conhecidos desses crimes foi de Ives Ota, 8. Ele foi sequestrado e morto em 29 de agosto de 1997. Seu corpo foi encontrado enterrado em um quarto na casa do motoboy Adelino Donizete Esteves. Um dos participantes do crime foi o PM Paulo de Tarso Dantas, que trabalhava como segurança nas lojas do pai de Ives, Massataka Ota.
Outro caso de ação violenta de sequestradores foi registrado em julho de 1998. O comerciante Márcio Ribeiro Benini, 26, e a recepcionista Fabiana Radis Benedito, 19, foram encontrados mortos na serra da Cantareira (SP).
Eles foram levados por dois homens enquanto conversavam dentro do carro de Benini. Os sequestradores não fizeram contato com as famílias. Benini foi assassinado com sete tiros -três no peito, um no rosto, dois no pescoço e um na perna esquerda.
Em 1996, no Paraná, o estudante Cleudisson Bernardi, 14, foi morto por um empregado de seu pai, dono de um restaurante, em Sarandi (413 km de Curitiba).
O garçom e ex-seminarista Jamir Valentim Vieira confessou o sequestro e o assassinato e disse ter pedido resgate de R$ 120 mil, após ter matado o garoto.
No Estado do Rio, o último caso de assassinato de um sequestrado foi registrado em 1999 pela Divisão Anti-Sequestros da Polícia Civil. A vítima foi o estudante de direito Rodrigo Acri, 19, filho do empresário Rodolfo Acri, dono do teleférico do município de Nova Friburgo (a 150 km do Rio).
Acri foi morto em 29 de setembro. Ele estava sequestrado desde junho. Os sequestradores o mataram mesmo tendo a família pago o resgate de R$ 56 mil.
Dois anos antes, foi assassinado em cativeiro o secretário de Turismo de Teresópolis (a 90 km do Rio), Jeferson Cavalcanti Tricano, 19, filho do prefeito da cidade, Mário Tricano. O sequestrador e assassino foi o capitão Thadeu Fraga, da PM, preso e condenado.


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