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Policial é suspeito de agir com sequestrador
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Criada há quatro meses em
Campinas, a Deas já teve um de
seus membros preso por suposto
envolvimento com a quadrilha do
sequestrador Wanderson Newton de Paula Lima, o Andinho,
acusado de ter matado a dona-de-casa Rosana Rangel Melotti.
O policial Eudes Trevisan, que
era o principal negociador da
Deas, está detido temporariamente após equipes da delegacia
terem descoberto que ele e o investigador do 4º Distrito Policial
Rogério Salun Dinis estavam supostamente ligados a Andinho.
A Deas conseguiu grampear o
celular de um membro da quadrilha e reconheceu a voz dos dois
policiais em 40 minutos de conversa. Os dois policiais passavam
passos das investigações e davam
dados sobre as vítimas que seriam
sequestradas, segundo a Deas.
Ambos negam estar envolvidos
com o sequestrador e afirmaram,
em entrevista anterior, que realizavam uma investigação "paralela" para prender Andinho.
Os dois investigadores foram
indiciados anteontem pela Deas
por co-autoria no sequestro do
empresário Claudio Mendes Terzi, que foi mantido por 58 dias em
cativeiro pela quadrilha de Andinho. Foi o sequestro mais longo e
violento da história de Campinas.
A vítima teve parte da orelha decepada e ficou com as pernas
acorrentadas durante todo o tempo em cativeiro.
Após o afastamento dos dois
policiais, Andinho deu entrevista
à emissora EPTV, em que acusou
outros seis policiais da Deas de
participarem de seus sequestros.
O delegado da Deas, Joel Antônio
dos Santos, disse que as acusações
foram para desviar a atenção.
Para a Deas, o assassinato da
dona-de-casa é um desafio lançado pelo sequestrador à polícia.
O desafio, segundo policiais ouvidos pela Folha, seria uma resposta ao afastamento dos investigadores Trevisan e Dinis. Em dois
sequestros ocorridos no final de
2001, segundo a Folha apurou,
Andinho teria passado o recado a
investigadores de que mataria
uma vítima em breve, para mostrar à polícia o seu poder.
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