São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Policial é suspeito de agir com sequestrador

FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Criada há quatro meses em Campinas, a Deas já teve um de seus membros preso por suposto envolvimento com a quadrilha do sequestrador Wanderson Newton de Paula Lima, o Andinho, acusado de ter matado a dona-de-casa Rosana Rangel Melotti.
O policial Eudes Trevisan, que era o principal negociador da Deas, está detido temporariamente após equipes da delegacia terem descoberto que ele e o investigador do 4º Distrito Policial Rogério Salun Dinis estavam supostamente ligados a Andinho.
A Deas conseguiu grampear o celular de um membro da quadrilha e reconheceu a voz dos dois policiais em 40 minutos de conversa. Os dois policiais passavam passos das investigações e davam dados sobre as vítimas que seriam sequestradas, segundo a Deas.
Ambos negam estar envolvidos com o sequestrador e afirmaram, em entrevista anterior, que realizavam uma investigação "paralela" para prender Andinho.
Os dois investigadores foram indiciados anteontem pela Deas por co-autoria no sequestro do empresário Claudio Mendes Terzi, que foi mantido por 58 dias em cativeiro pela quadrilha de Andinho. Foi o sequestro mais longo e violento da história de Campinas. A vítima teve parte da orelha decepada e ficou com as pernas acorrentadas durante todo o tempo em cativeiro.
Após o afastamento dos dois policiais, Andinho deu entrevista à emissora EPTV, em que acusou outros seis policiais da Deas de participarem de seus sequestros. O delegado da Deas, Joel Antônio dos Santos, disse que as acusações foram para desviar a atenção.
Para a Deas, o assassinato da dona-de-casa é um desafio lançado pelo sequestrador à polícia.
O desafio, segundo policiais ouvidos pela Folha, seria uma resposta ao afastamento dos investigadores Trevisan e Dinis. Em dois sequestros ocorridos no final de 2001, segundo a Folha apurou, Andinho teria passado o recado a investigadores de que mataria uma vítima em breve, para mostrar à polícia o seu poder.



Texto Anterior: Polícia não tem registro de caso semelhante
Próximo Texto: Vizinho disse ter ouvido 4 tiros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.