São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2002

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RIO

Local foi visitado por 60 mil pessoas no último domingo

Coliformes fecais poderão limitar o acesso ao piscinão de Ramos

ROSAYNE MACEDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O governo estadual já admite limitar o número de pessoas no piscinão de Ramos (zona norte) para tentar evitar o aumento do número de coliformes fecais na água. A possibilidade foi anunciada ontem pelo secretário de Meio Ambiente, André Correia, após tomar banho no lago artificial.
"O eventual limite dentro do parque será a primeira coisa que vamos fazer se acharmos que é necessário. Vamos começar pedindo para vocês [jornalistas" não divulgarem tanto [o piscinão"."
Segundo ele, o projeto inicial previa um máximo de 15 mil a 20 mil pessoas no piscinão. No domingo, estiveram no local cerca de 30 mil em horário de pico e 60 mil durante todo o dia.
A decisão de limitar o acesso de banhistas dependerá do resultado das medições de coliformes fecais que serão feitas até segunda-feira. No dia 7, o índice foi de 400 coliformes fecais por 100 ml.
O índice está abaixo do limite do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) para balneabilidade de praias e rios, que é de mil coliformes por 100 ml, mas acima do indicado para piscinas, que é de nenhum coliforme.
Para assegurar a qualidade da água, a secretaria decidiu anteontem aumentar, de 2 ml por litro para 10 ml por litro, a quantidade de cloro lançada por dia no lago.
O oceanógrafo David Zee criticou a adição de cloro sem exames laboratoriais anteriores. "É preciso ter cuidado em adicionar mais ou menos cloro", afirmou.
Correia afirmou que a Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente) faz quatro medições pela manhã, em pontos diferentes do lago. Segundo ele, o índice só pode ser considerado alarmante se quatro em cinco medições acusarem mais de mil coliformes fecais por 100 ml.
A secretaria decidirá na segunda-feira se vai esvaziar o piscinão por uma semana, a partir do dia 21, três meses antes do previsto.
Correia disse que no domingo fará um teste no piscinão, colocando um trio elétrico com mensagens educativas e orientando as pessoas a não defecarem na água.

Afogamento
Jennifer Inocêncio, 5, morreu ontem após se afogar no piscinão. A menina foi socorrida por bombeiros, mas já chegou morta ao Hospital Souza Aguiar (centro).



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