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EDUCAÇÃO
Grupo de trabalhadores, identificado pela própria equipe de Cristovam Buarque, é de empresas terceirizadas
Ministério tem 15 funcionários analfabetos
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
No mesmo prédio de onde despacha o ministro da Educação,
Cristovam Buarque, que divulgou
a meta de erradicar o analfabetismo, trabalham 15 funcionários
que não sabem ler nem escrever.
Essas pessoas foram identificadas pelo próprio ministério depois que o ministro, em sua posse,
afirmou que, se fosse preciso, ele
mesmo alfabetizaria eventuais
analfabetos que trabalhassem no
Ministério da Educação.
Os 15 analfabetos trabalham em
empresas terceirizadas que prestam serviços ao ministério. "Se há
15 analfabetos no MEC, deve haver uns 600 em toda a esplanada
dos ministérios", disse o ministro.
Apesar do ceticismo de alguns
especialistas em alfabetização,
que consideram quase inatingível
a meta de erradicar o analfabetismo em quatro anos, o ministro
disse acreditar que conseguirá
cumprir a promessa formulada
durante a campanha eleitoral.
Meta de 3% a 5%
Para Buarque, no entanto, o país
terá erradicado o analfabetismo,
como consta no programa de governo do PT, se chegar ao final do
mandato de Lula com 3% a 5% de
taxa de analfabetismo na população com mais de 15 anos.
Hoje, a taxa de analfabetismo
no país, segundo o Censo 2000 do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é de 13,6% da
população com mais de 15 anos.
Essa taxa representa 16,3 milhões
de pessoas.
Para chegar a 3% ou 5%, será
preciso alfabetizar entre 7 milhões
e 11 milhões de pessoas nos próximos quatro anos.
"Definimos uma meta apertada,
mas é assim que tem que ser. É
preciso ter uma meta. Ela é difícil,
mas não absurda", afirmou o ministro à Folha.
Plano para o Rio
O secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio, Fernando
Peregrino, e o presidente da Faetec (Fundação de Apoio à Escola
Técnica do Estado do Rio de Janeiro), Cláudio Mendonça, apresentaram ao ministro um programa para erradicar o analfabetismo no Estado em 36 meses.
Pela proposta, o projeto contaria com recursos estaduais e federais e empregaria universitários,
que receberiam uma ajuda de
custo de R$ 100.
Os alunos do curso de alfabetização, após concluírem o curso,
receberiam R$ 100 e poderiam se
matricular em um curso técnico
ou de informática, com o objetivo
de dar continuidade ao processo
de aprendizagem.
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