|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATUALIDADES
Após a morte de Savimbi, acordo busca paz em Angola
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Jonas Savimbi, o lendário rebelde angolano, foi morto em
combate contra as tropas do
Exército em fevereiro último. Líder da Unita (União para a Independência Total de Angola), ele
lutou durante 27 anos contra as
forças do MPLA (Movimento para Libertação de Angola), do atual
presidente, José Eduardo dos
Santos.
Angola alcançou a independência de Portugal após a Revolução
dos Cravos, que marcou o fim do
salazarismo. Em 1975, Agostinho
Neto, líder do MPLA, de orientação marxista, foi então proclamado presidente. Mas a Unita, uma
organização anticomunista,
apoiada pelos EUA e pela África
do Sul, não reconheceu o novo
governo e recorreu às armas.
Com a morte de Agostinho Neto, em 1979, e a ascensão de José
Eduardo dos Santos, foram realizadas algumas tentativas de paz.
Mas Savimbi se recusava a depor
as armas, e a guerra não cessou.
Em 1992, como parte de um
acordo de paz, foram realizadas
eleições presidenciais e estas reconduziram o líder do MPLA ao
poder. Savimbi não reconheceu a
vitória e retomou a luta armada.
Com o Acordo de Luzaka, em
1994, houve mais um esforço de
pôr fim aos conflitos. Além da
desmobilização das tropas, estabeleceu-se a formação de um governo de união nacional, que tomou posse em 1997. Savimbi,
mesmo nomeado vice-presidente, negou-se a entregar as áreas de
exploração de diamantes que estavam sob seu controle. Reiniciaram-se os combates.
O desaparecimento de Savimbi
tornou-se um marco histórico para Angola. Após sua morte, representantes do governo e rebeldes
da Unita, reunidos em Luanda,
assinaram um acordo para integrar seus soldados ao Exército. O
armistício pôs fim a uma guerra
civil de quase 30 anos, que resultou na morte de mais de 500 mil
pessoas. A paz, por ora, finalmente parece tornar-se realidade.
Roberto Candelori é coordenador da
Cia. de Ética, professor da Escola Móbile
e do Objetivo (Americana)
Texto Anterior: Biologia: Imunização é assunto bastante explorado nos vestibulares Próximo Texto: Guerra dos sexos: Por que ainda há cursos "masculinos" e "femininos'? Índice
|