da Folha Vale

Os vizinhos da menina S.R.J., 12, e alguns colegas de escola acreditam em sua inocência.
Eles afirmaram que S.R.J. nunca demonstrou um comportamento estranho que pudesse levantar qualquer tipo de suspeita de envolvimento com drogas.
"Ela é uma menina normal. Ela fica em casa e tem poucos amigos", disse o vizinho Marcelo da Silva, 18, que é estudante.
Outros três vizinhos que preferiram não se identificar também defenderam a inocência da menina.
"Duvido que tenha alguma ligação com a morte da professora", afirmou Fernanda Duarte Ferreira Borges, 17, que está na sétima série da mesma escola da garota.
A família da professora morta Beatriz Junqueira da Silveira Santos diz que ela tentou "salvar" S.R.J. do "mundo das drogas".
A mãe da suspeita, Terezinha Fátima Aparecida, 47, disse que a filha vai para a escola de manhã e que, à tarde, cuida da irmã mais nova enquanto os outros dois irmãos vão para a escola.
"Minha filha nunca deu trabalho. Ela me ajuda em tudo e, às 22h, quando eu chego do trabalho, já está dormindo."
Perfil
S.R.J., que não foi ontem ao enterro da professora Beatriz em Jacareí, afirmou nunca ter usado drogas na vida.
Ela disse que, no dia em que foi denunciada por colegas, tinha fumado apenas um cigarro comum.
S.R.J. não conhece seu pai, que mora no Paraná, e vive com mais três irmãos em casa. No total, são sete irmãos, filhos de três pais diferentes.
A mãe trabalha como servente da cozinha da Prefeitura de Jacareí há 11 anos e ganha R$ 300 por mês, mais um abono de R$ 90 por ter uma filha de 4 anos.
A família mora em Jacareí em um imóvel próprio de dois cômodos. Moradora do bairro de periferia de Jacareí, o 1º de Maio, S.R.J. estuda há três anos na escola estadual Alcina Moraes Salles. Nesse período, nunca repetiu ano.
Ela já repetiu uma vez o ano escolar, quando estava na segunda série de outra escola da cidade.
"Não brinco mais de boneca desde os 9 anos porque tenho de cuidar da casa."
(RAQUEL VITORINO)



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