São Paulo, Domingo, 11 de Abril de 1999
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Crack migra da região central

do Conselho Editorial

Quando se analisa o tipo de consumo de droga em cada região de São Paulo, se vê ainda com mais nitidez a nova geografia do crack -e como é rápido esse movimento.
De acordo com os dados do SOS Criança, comparando os períodos maio de 1997 até março de 1998 com abril de 1998 até fevereiro deste ano, a queda do consumo de crack na região central foi absorvida pelas zonas oeste, sul e norte.
Nas crianças viciadas na região oeste, por exemplo, o consumo de crack pulou, em um ano, de 4,30% para 13,64%.
Na região norte da cidade, o consumo da droga saiu do inexpressivo 1% para 9%; o consumo da cocaína, praticamente inexistente, saltou para 14,29%.
De acordo com os gráficos, em todas as regiões houve crescimento do consumo de maconha, solvente e cocaína, embora em proporções diferenciadas.
"Está disseminado, sabemos que, se reprimimos num lugar, vai para outro", diz o delegado Marco Antônio Martins, do Denarc.
A nova geografia da droga é decisiva para auxiliar as autoridades a pensar uma política pública.
O secretário da Segurança de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, monta um plano para abordar a cracolândia com uma combinação de políticas públicas. "Sabemos que só polícia é insuficiente", diz.
Ele quer juntar departamentos que cuidam do hotel irregular que hospeda traficantes à iluminação das ruas, passando por escolas e organismos não-governamentais.


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