São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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25% dos policiais do Denarc sofreram sindicância em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Um a cada quatro policiais do Denarc (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) de São Paulo sofreu sindicância feita pela Corregedoria da Polícia Civil, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública.
Esse número reforça a necessidade de mudança do Denarc, que vive a terceira crise em menos de seis meses. Na quarta, o policial Francisco Marcondes Romeiro Neto foi preso no Rio sob acusação de tráfico internacional de drogas. Ele e Cristine Mousquer Asdnt tentavam embarcar para Paris com 1,39 kg de cocaína.
O investigador Flávio Simões Jr., que teria usado o próprio cartão de crédito para pagar a passagem de Romeiro Neto, também foi afastado. A crise provocou a queda do delegado divisionário Ubiracyr Pires da Silva.
Foram instauradas 111 sindicâncias em 2001 envolvendo policiais do Denarc. O departamento possui 410 policiais. Dividindo o número de policiais pelo de investigações, chega-se ao indicador de 3,7: ou seja, a cada 3,7 funcionários, um sofreu sindicância.
Pode ter ocorrido que um policial tenha sofrido mais de uma sindicância, mas isso não é comum, segundo a secretaria. Segundo o corregedor-geral Roberto Genofre, existem 1.273 sindicâncias em andamento, sendo 112 criadas em 2002. Com isso, o Denarc motivou 7% de todas as sindicâncias abertas em 2001.
O delegado Marcos Carneiro Lima, chefe da Divisão de Assuntos Internos da Corregedoria, disse que muitas denúncias são feitas por inimigos pessoais dos policiais. "São ex-mulheres, vizinhos, que têm bronca com os policiais. No final da sindicância, a denúncia não se confirma."
Romeiro e Simões já estavam sendo investigados por extorsão de dinheiro e abuso de autoridade. A Corregedoria abriu inquérito em março deste ano para apurar o caso, ocorrido em 2000. A denúncia foi feita em dezembro do ano passado. A dupla teria pedido US$ 10 mil a um comerciante para livrar um jovem, seu funcionário, de uma prisão em flagrante por porte de ecstasy.
O Ministério Público do Rio pediu o sequestro de bens de Romeiro, dono de uma loja de carros em São Paulo que poderia ser usada para lavagem de dinheiro.



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