São Paulo, sexta-feira, 11 de maio de 2007

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Empresária de 18 anos é liberada de cativeiro

Jovem foi libertada pelos seqüestradores na zona sul, 24 h após ser levada; grupo não contatou família e resgate não foi pago

Pai da vítima acredita que filha foi solta porque um dos 4 seqüestradores havia sido morto pela PM após troca de tiros na última terça-feira

KLEBER TOMAZ
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma empresária de 18 anos foi libertada pelos próprios seqüestradores, anteontem à noite no Grajaú (zona sul de São Paulo), divisa com o município de Diadema, após permanecer mais de 24 horas como refém. Ninguém foi preso pela polícia. Um seqüestrador morreu.
Não houve pagamento de resgate para soltá-la. Durante o tempo em que Gabriela Leite Cardoso Macario ficou no cativeiro -o local exato ainda é desconhecido- em poder dos criminosos, eles não fizeram contato algum com a família da vítima. Ela é dona de uma loja de conveniência na capital.
Gabriela havia sido seqüestrada na última terça-feira, às 21h30, na rua Palacete das Águias, na Vila Mascote (zona sul). Estava num Peugeot 206 preto, acompanhada da mãe, de 57 anos, e do motorista da empresa, de 55, voltando à casa.
Quatro homens armados num Toyota Corolla prata fecharam o Peugeot. Deram uma coronhada na mãe e a retiraram do veículo -o motorista foi obrigado a ir para o banco de trás, ao lado da empresária.
No momento em que partiam com os automóveis, um carro da Polícia Militar percebeu a ação dos criminosos.
Um dos seqüestradores, Cléber Ramos de Oliveira, 22, tentou fugir a pé, foi encurralado numa rua sem saída e morto após trocar tiros com a PM.
Os outros três bandidos fugiram no Corolla e no Peugeot com a empresária e o motorista, solto depois na avenida Rodrigues Montemor, no Jabaquara (também na zona sul). O carro da vítima foi encontrado num estacionamento na avenida Santa Catarina, na região.
O pai de Gabriela, o empresário Roberto Macario, 47, acredita em duas hipóteses para explicar o que levou os seqüestradores a libertar a sua filha.
"Ou ficaram com medo porque um seqüestrador foi morto ou a soltaram porque tinha muita polícia perambulando na área do cativeiro", afirmou Macario, que soube do fim do seqüestro após receber um telefonema, por volta das 21h30 de quarta, de uma moça a quem Gabriela pediu ajuda.
Macario então avisou a DAS (Divisão Anti-Sequestro da Polícia Civil), que investigava o caso, e eles foram buscá-la. A DAS não comentou o assunto.
A Folha acompanhou o andamento do seqüestro de Gabriela, mas não o divulgou a pedido da família da vítima. Após o desfecho, Macario autorizou a publicação do caso.
Segundo o "Manual da Redação" do jornal, "em regra, a Folha publica tudo o que sabe. Mas pode decidir omitir informação cuja divulgação coloque em risco a segurança pública, de pessoa ou de empresa". A Folha só divulga seqüestro em andamento se houver consentimento da família.


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