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Empresária de 18 anos é liberada de cativeiro
Jovem foi libertada pelos seqüestradores na zona sul, 24 h após ser levada; grupo não contatou família e resgate não foi pago
Pai da vítima acredita que
filha foi solta porque um dos
4 seqüestradores havia sido
morto pela PM após troca de
tiros na última terça-feira
KLEBER TOMAZ
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma empresária de 18 anos
foi libertada pelos próprios seqüestradores, anteontem à noite no Grajaú (zona sul de São
Paulo), divisa com o município
de Diadema, após permanecer
mais de 24 horas como refém.
Ninguém foi preso pela polícia.
Um seqüestrador morreu.
Não houve pagamento de
resgate para soltá-la. Durante o
tempo em que Gabriela Leite
Cardoso Macario ficou no cativeiro -o local exato ainda é
desconhecido- em poder dos
criminosos, eles não fizeram
contato algum com a família da
vítima. Ela é dona de uma loja
de conveniência na capital.
Gabriela havia sido seqüestrada na última terça-feira, às
21h30, na rua Palacete das
Águias, na Vila Mascote (zona
sul). Estava num Peugeot 206
preto, acompanhada da mãe, de
57 anos, e do motorista da empresa, de 55, voltando à casa.
Quatro homens armados
num Toyota Corolla prata fecharam o Peugeot. Deram uma
coronhada na mãe e a retiraram do veículo -o motorista
foi obrigado a ir para o banco de
trás, ao lado da empresária.
No momento em que partiam com os automóveis, um
carro da Polícia Militar percebeu a ação dos criminosos.
Um dos seqüestradores, Cléber Ramos de Oliveira, 22, tentou fugir a pé, foi encurralado
numa rua sem saída e morto
após trocar tiros com a PM.
Os outros três bandidos fugiram no Corolla e no Peugeot
com a empresária e o motorista, solto depois na avenida Rodrigues Montemor, no Jabaquara (também na zona sul). O
carro da vítima foi encontrado
num estacionamento na avenida Santa Catarina, na região.
O pai de Gabriela, o empresário Roberto Macario, 47, acredita em duas hipóteses para explicar o que levou os seqüestradores a libertar a sua filha.
"Ou ficaram com medo porque um seqüestrador foi morto
ou a soltaram porque tinha
muita polícia perambulando na
área do cativeiro", afirmou Macario, que soube do fim do seqüestro após receber um telefonema, por volta das 21h30 de
quarta, de uma moça a quem
Gabriela pediu ajuda.
Macario então avisou a DAS
(Divisão Anti-Sequestro da Polícia Civil), que investigava o
caso, e eles foram buscá-la. A
DAS não comentou o assunto.
A Folha acompanhou o andamento do seqüestro de Gabriela, mas não o divulgou a pedido da família da vítima. Após
o desfecho, Macario autorizou
a publicação do caso.
Segundo o "Manual da Redação" do jornal, "em regra, a Folha publica tudo o que sabe.
Mas pode decidir omitir informação cuja divulgação coloque
em risco a segurança pública,
de pessoa ou de empresa". A
Folha só divulga seqüestro em
andamento se houver consentimento da família.
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