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Não trocaria esse dia por 2.400 horas de felicidade, diz pai
DA REPORTAGEM LOCAL
O empresário Roberto Cardoso Macario, 47, pai de Gabriela, confirma que não pagou
o resgate e que os seqüestradores não fizeram nenhum contato com a família. "[A experiência] ainda está sendo difícil.
Não trocaria 2.400 horas de felicidade por essas 24 horas que
passamos."
FOLHA - Como está a Gabriela?
ROBERTO CARDOSO MACARIO - Está
bem, aparentemente. É lógico
que vamos passar por uma avaliação médica, mas está bem.
Está em casa descansando.
FOLHA - Ela se machucou?
MACARIO - Não. Nos relatou
que ninguém tocou nela. Pediram a colaboração dela para
que não acontecesse nada. Disseram que não queriam violência, que era só dinheiro.
FOLHA - E a família, como está?
MACARIO - Ainda está sendo difícil. Não trocaria 2.400 horas
de felicidade por essas 24 horas
que passamos.
FOLHA - O resgate foi pago?
MACARIO - O resgate, você sabe
que hoje em dia ninguém tem
dinheiro para pagar. Não pagamos. Mesmo quem está no comércio não tem verba. Mas
também não houve nenhum
contato do seqüestrador.
FOLHA - A que horas foi a libertação?
MACARIO - Por volta das 21h30
de ontem [anteontem], ela foi
levada no porta-malas do carro
até uma rua, um "deserto", lá
pelo Grajaú [zona sul]. Ela disse
que parecia um carro velho,
que morria na subida. Falaram
para ela descer com a coberta
na cabeça e só tirar a coberta
depois que o carro saísse.
FOLHA - Como foi o primeiro contato com a família após a libertação?
MACARIO - Ela saiu andando e
perguntou como faria para pegar um ônibus. O pessoal viu
que ela estava nervosa, com
frio, fome, e a levou a uma igreja. Uma menina da igreja me ligou depois do celular. Aí saímos
correndo para buscá-la.
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