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Para polícia, lago virou cemitério
DA SUCURSAL DO RIO
Nas buscas que fez ontem na
tentativa de localizar o corpo do
jornalista Tim Lopes, 51, a polícia
encontrou no alto da favela da
Grota (zona norte do Rio) um
charco que pode estar sendo usado como cemitério clandestino
pela quadrilha do traficante Elias
Pereira da Silva, o Elias Maluco,
apontado como o principal responsável pelo crime.
As suspeitas da polícia são reforçadas após terem sido encontrados 20 sapatos boiando ou espalhados às margens do lago.
Segundo o delegado-adjunto da
38ª DP (Delegacia de Polícia), Daniel Goulart, os sapatos seriam de
pessoas mortas pelo bando de
Elias Maluco. Os cadáveres teriam
sido jogados no charco.
O charco começou a ser dragado ontem pelo Corpo de Bombeiros. "Somente após a dragagem
poderemos confirmar se há corpos no local", disse Goulart.
Outra evidência é o fato de ter
sido encontrado, a poucos metros
do charco, cinco fragmentos de
uma ossada (duas vértebras e pedaços de uma costela). Para Goulart, os ossos não devem ser do
jornalista, porque são antigos.
O delegado-adjunto da Delegacia de Homicídios, Bruno Gilaberte, disse que a polícia achou o
charco por acaso, após informação de que o corpo de Lopes estaria em um campo de futebol.
Desaparecido desde o dia 2,
quando fazia uma reportagem na
favela Vila Cruzeiro (zona norte)
para a Rede Globo, Tim Lopes teve sua morte confirmada oficialmente anteontem, após o depoimento de dois integrantes do grupo de Elias Maluco.
Eles relataram que o jornalista
foi torturado e morto com golpes
de espada pelos traficantes, além
de ter o corpo carbonizado.
À Polícia Civil, o dirigente da associação de moradores da Vila
Cruzeiro, João Cerqueira, o João
Rato, disse que os traficantes organizavam o baile funk, tema da
reportagem de Lopes. (MÁRIO HUGO MONKEN)
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