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ENSINO DE SAÚDE
Entidade entra hoje na Justiça contra novas faculdades, alegando que mercado está muito saturado
APM quer fechar três cursos de medicina
AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local
A Associação Paulista de Medicina (APM) entra hoje com representação junto à Procuradoria Geral da República pedindo o fechamento de três escolas de medicina
no Estado de São Paulo. Uma delas
-a da Universidade de Marília
(Unimar)- está no segundo ano
de funcionamento.
A outra, aberta pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), está na primeira turma. E a escola de
medicina da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) faria
seu primeiro vestibular em julho.
A representação da APM pede
que sejam anulados os vestibulares já realizados e que se impeça a
realização de outros.
A entidade alega que os cursos
foram abertos ilegalmente, "desconsiderando recentes determinações do governo".
A representação deverá levar o
Ministério Público a posicionar-se
diante das legislações que se sobrepuseram nos últimos anos. As escolas alegam que estão de acordo
com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), de dezembro
passado, que garante autonomia
às universidades. Essa autonomia,
no entanto, estaria condicionada
às normas gerais da União.
No entender das entidades médicas, o que está valendo é a portaria
531 do MEC, publicada em 10 de
abril último, que condiciona a
existência dos cursos ao decreto
1.303, de novembro de 1994.
Segundo esse decreto, a abertura
de faculdades depende de uma
avaliação de sua necessidade social, análise que é feita pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Eleuses Paiva, presidente da
APM, diz que a "abertura de novas escolas, além de saturar ainda
mais o mercado, forma maus médicos e compromete um bom
atendimento à população".
Outro lado
A Unimes, de Santos, adiou seu
vestibular marcado para julho e
optou por aguardar uma decisão
do Conselho Nacional de Saúde.
Segundo Vera Taboada Raphaelli, pró-reitora acadêmica da universidade, o curso de medicina foi
criado em fevereiro, antes da portaria do ministro. "Seguindo instruções do MEC, estamos enviando o projeto pedagógico do curso
para avaliação do CNS", disse.
A Universidade de Marília informou que seu curso foi criado ainda
em 1988, antes das primeiras restrições feitas pelo MEC.
Nery Aguiar Porchia, pró-reitor
de planejamento da Unimar, disse
que a faculdade já tem sentença
definitiva a favor na 2ª Vara da Fazenda Nacional de Marília.
A Unaerp informou que está
"amparada na última LDB, de dezembro de 96". Adilson de Freitas,
assessor da universidade, disse
que a "Justiça já reconheceu esse
direito, concedendo liminares que
garantem a legalidade do curso".
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