São Paulo, quinta, 11 de junho de 1998

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Tipo de câncer está entre os que mais matam

da Redação

O câncer de próstata já figura entre os que mais matam homens no Brasil.
Na estimativa do Inca (Instituto Nacional do Câncer) para o ano passado, ele figurava em terceiro lugar no ranking dos tipos de câncer que mais matariam homens.
A estimativa era que a maior mortalidade deveria ocorrer entre os pacientes com câncer no pulmão (12,10%), no estômago (10,19%) e na próstata (6,47%).
Já para este ano, o Inca estima que cerca de 14.600 homens sejam atingidos por essa doença -ela só deve perder para o câncer de pulmão, que deve deixar 15 mil homens doentes.
No ano passado, esse tipo de câncer era o que mais atingia homens no Brasil. Havia uma estimativa de 6.130 doentes, contra 4.570 vitimados por câncer de cólon e reto, segundo o Inca.

Em crescimento

A mortalidade por câncer de próstata é a que mais cresce no Brasil na comparação com outros tumores.
Dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde mostram que as mortes devido a essa doença passaram de 2.976 em 1984 para 5.256 em 1994. Um aumento de 83% em dez anos.
O câncer de próstata atinge 1 em cada 12 homens com mais de 50 anos, mas 90% dos casos detectados no início têm cura.
Mas, no país, 70% dos tumores são diagnosticados em estágio avançado.
Esse diagnóstico tardio pode ser explicado pelo preconceito e desinformação, que levam os homens brasileiros a fugirem do toque retal.
No toque retal, o médico introduz um dedo no ânus do paciente para sentir a consistência e o tamanho da próstata. Muitos pacientes se sentem "invadidos" em sua masculinidade com esse tipo de exame.
Existe outro tipo de exame, o PSA (Prostate Specific Antigen ou Antígeno Específico da Próstata), que detecta no sangue uma proteína produzida pelo tumor na próstata.
Mas seu custo é alto -cada PSA custa R$ 100 em clínica particular, em média, e R$ 15 no Instituto Nacional do Câncer.
(FABÍOLA SALANI)


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