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Transporte
depende de rio
da enviada especial
O arquipélago de Bailique é uma
das regiões mais isoladas do Amapá. Sem linha de transporte regular -por terra, água ou ar- que
ligue a região a outras, seus cerca
de 7.000 habitantes dependem das
marés do rio Amazonas para chegar às ilhas ou sair delas.
"Tudo o que chega aqui vem de
barco. Se o rio deixa, a gente segue
em frente, se a maré baixa a gente
pára e espera", diz Elton Barbosa
Vilhena, dono do único armazém
na Vila Macedônia, uma das 36
comunidades do Bailique.
Todas as semanas seu pai, que
vive e tem comércio em Macapá,
envia um lote de mercadorias rio
abaixo para abastecer o armazém
do filho. "Já fiquei com carregamento parado mais de um dia por
causa da maré."
Como o transporte é complicado, quem vive no Bailique normalmente nasceu e sempre viveu
no local. "Criei meus 11 filhos
aqui. Há dois anos comecei a trabalhar como servente na escola.
Antes, vivia de fazer carvão e do
açaí", conta Ilma Camões de Souza, que não se lembra da idade e
diz achar que ganha cerca de R$
200 mensais.
(MAv)
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