São Paulo, quinta, 11 de junho de 1998

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Polícia lança bomba em escola de SP

da Reportagem Local

Uma manifestação de cerca de 300 alunos na escola estadual Professor Nilton do Espírito Santo Ayres, na periferia de Osasco (Grande São Paulo), acabou anteontem à noite com a intervenção da polícia, que lançou bomba de gás lacrimogêneo, e com vários alunos no pronto-socorro.
O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condep) acusa a PM de Osasco de ter agredido os estudantes. Segundo o conselho, 55 alunos teriam ido para o pronto-socorro, alguns com ferimentos graves.
A PM nega as acusações e afirma que 25 pessoas tiveram de ser atendidas com ferimentos leves. Segundo a PM, o único ferido mais grave teria sido um soldado, que teria recebido quatro pontos na cabeça depois de ter sido atingido por uma cadeira.
"As denúncias são muito graves. Nós ainda estamos investigando para saber exatamente o que aconteceu", afirmou o ouvidor da polícia de São Paulo, Benedito Domingos Mariano.
O tenente-coronel Ademir Crivelaro, comandante do 14º Batalhão da PM, disse que a polícia já havia sido avisada pela vice-diretora da escola sobre a possibilidade de tumulto. Com a manifestação, que começou às 20h, a vice-diretora teria chamado a PM.
O protesto ocorreu um dia após a eleição para o grêmio estudantil. Os manifestantes estariam exigindo melhorias na infra-estrutura da escola, como a construção de uma quadra de esportes.
O tenente-coronel Crivelaro afirma que, inicialmente, foram à escola dois policiais numa viatura. Foram vaiados e xingados e decidiram chamar reforço.
Mais uma viatura, com seis policiais, teria sido enviada para tentar conter a confusão. O tumulto generalizado teria começado depois da chegada desses policiais, que tentaram conter os alunos detendo um deles, que seria um dos responsáveis pelo conflito.
Crivelaro afirma que os policiais eram poucos para conter os cerca de 300 alunos. Por isso resolveram lançar uma bomba de gás lacrimogêneo para dispersá-los.
"Os policiais apanharam e possivelmente bateram, mas para se defender, já que foram agredidos." O Condep sustenta que alunos teriam sido espancados.
Com o fim do tumulto, cinco adolescentes com idade entre 16 e 17 anos foram detidos, e o caso será encaminhado à Vara da Infância e Juventude de Osasco.



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