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VIOLÊNCIA
O procurador-geral de Justiça, Luiz Antonio Marrey, assumiu o caso e pediu o auxílio do DHPP na apuração
Promotor é investigado por morte da mulher
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
A Procuradoria Geral de Justiça
assumiu o controle das investigações da morte da advogada Patrícia Aggio Longo, grávida de oito
meses, e chamou o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção
à Pessoa) para conduzir as próximas diligências do caso, cujos resultados serão mantidos em sigilo
até o esclarecimento do crime.
O procurador-geral de Justiça,
Luiz Antonio Marrey, afirmou que
"avocou o inquérito", antes conduzido pela Polícia Civil em Atibaia -onde ocorreu o crime-
porque a polícia já investigava o
envolvimento do promotor Igor
Ferreira da Silva, 31, lotado no Fórum de São Miguel Paulista, em
São Paulo, na morte de Patrícia,
com quem ele estava casado desde
setembro do ano passado.
Segundo Marrey, a Lei Orgânica
do Ministério Público determina
que todo crime ou contravenção
legal atribuídos a um membro do
Ministério Público deve ter a sua
investigação remetida pela polícia
à Procuradoria Geral.
"A suspeita (sobre o promotor)
era velada do ponto de vista oficial, mas escancarada do ponto de
vista extra-oficial, a partir do momento que a imprensa passou a divulgar informações dadas em off
(sem tornar pública a fonte) pela
polícia", disse Marrey.
O procurador-geral tomou a decisão pela manhã após reunião
com os promotores que acompanhavam o caso e com o delegado
Luiz Roberto Torricelli, que comandava as investigações, que
afirmaram que entre as hipóteses
investigadas estava a do envolvimento do promotor no crime.
"Se eu avoquei esse inquérito, é
óbvio que estamos investigando a
hipótese de envolvimento do promotor, mas as outras hipóteses
continuam sendo investigadas."
Ferreira, em seu depoimento,
afirmou que o casal foi abordado
por um homem moreno, armado,
quando chegava de carro à entrada de um condomínio em construção localizado na rodovia Fernão Dias, cuja estrada seria usada
por ele como atalho até sua casa.
Segundo Marrey, a polícia passou a investigar o marido a partir
do depoimento do vigia Daniel
Francisco de Matos, que desmentiria parte da versão do promotor.
A Folha apurou que, já na noite
do crime, Matos teria declarado
ter visto o promotor vindo do local onde o carro foi abandonado.
Contribuiu para a decisão de
Marrey a divulgação de uma reportagem feita por uma emissora
de TV com uma hipótese para o
crime que envolveria o promotor
a uma gangue que roubava veículos importados em Atibaia.
"Fiquei sabendo dessa hipótese
por meio da reportagem e quem
disse isso para a repórter deveria
ter me informado", disse Marrey,
que considera grave o vazamento
de informações sem provas.
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