ROGER MODKOVSKI
da Agência Folha, em Curitiba

A corregedoria de Polícia Civil do Paraná deve analisar a partir de hoje uma série de gravações que podem revelar envolvimento de policiais civis da região metropolitana de Curitiba em receptação de carros roubados e tráfico de drogas, entre outros crimes.
As gravações estão em poder da Promotoria de Investigação Criminal do Ministério Público do Paraná.
Foram gravadas cerca de 80 fitas, segundo a promotoria. Trechos delas foram revelados anteontem em uma emissora de rádio de Curitiba.
Em um dos trechos exibidos, James Costa Rosa, 18, estaria negociando a entrega de um Passat importado roubado ao policial Jair Cesar Nunes, na delegacia de Almirante Tamandaré (região metropolitana de Curitiba).
Em outro, uma voz, identificada como sendo a do delegado Paulo Padilha, titular da mesma delegacia, estaria negociando drogas com uma pessoa não identificada. Padilha, que foi afastado, pode ter sua prisão preventiva pedida a qualquer momento.
Três policiais -dois de Almirante Tamandaré e um de Colombo, também na região metropolitana- e um informante da polícia já estão presos desde a última sexta-feira.
A polícia procura um outro informante, que também estaria envolvido.
A escuta telefônica na delegacia de Almirante Tamandaré por meio do qual se obteve a gravação foi feito com autorização judicial, segundo o promotor de Justiça Paulo José Kessler.
De acordo com ele, as gravações ocorreram em decorrência de denúncias anônimas que haviam sido feitas há mais de um mês, à corregedoria da polícia e à Secretaria de Segurança Pública do Paraná, e acabaram indo ao encontro das prisões decorrentes do tiroteio.
Os policiais acusados, no momento de sua prisão, disseram que estavam sendo vítimas de "vingança" dos quadrilheiros, segundo a polícia.
A Agência Folha não obteve autorização judicial para falar com eles ontem.



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