São Paulo, quinta-feira, 11 de julho de 2002

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Solução rápida, só com Jesus Cristo, diz secretário

Jorge William/Agência O Globo
O secretário da Segurança do Rio, Roberto Aguiar, e a governadora Benedita da Silva durante entrevista sobre a força-tarefa social


DA SUCURSAL DO RIO

O secretário estadual da Segurança Pública, Roberto Aguiar, disse ontem que "somente Jesus Cristo poderá resolver, a curto prazo, o problema da violência no Rio". Ele fez a declaração ao ser questionado repetidas vezes, em uma entrevista, sobre a adoção de medidas para pôr fim ao clima de insegurança no Estado.
"Se querem que eu seja milagroso, que coloquem Jesus Cristo como secretário da Segurança. Não há como resolver um problema de 20 anos em dez dias", afirmou.
A entrevista coletiva, da qual participava a governadora Benedita da Silva (PT), foi convocada para anunciar a criação de uma "força-tarefa social" no complexo de favelas do Alemão (zona norte do Rio), onde o jornalista Tim Lopes, da TV Globo, foi assassinado no dia 2 de junho.
A força-tarefa, um pedido feito pela comissão de jornalistas que acompanha as investigações sobre a morte de Lopes, consiste em 13 medidas que serão implementadas a partir de agosto.
Entre as medidas anunciadas estão a implantação de três unidades do Gpae (Grupamento de Policiamento em Áreas Especiais) em setembro, a criação de uma área de preservação ambiental na favela da Grota -local em que os restos de Lopes foram enterrados, num cemitério clandestino- e a construção de uma vila olímpica.
Benedita disse que espera contar com o apoio da prefeitura no projeto e encaminhou um ofício ao prefeito Cesar Maia (PFL) com as 13 medidas.
A governadora também pediu ajuda à iniciativa privada e a organizações não-governamentais.
Maia se reuniu com a comissão de jornalistas e ironizou as declarações de Aguiar. Segundo o prefeito, o secretário foi "muito injusto com Jesus Cristo".
O prefeito disse que a prefeitura já mantém projetos sociais no complexo do Alemão. "Já estamos presentes no complexo do Alemão. O que precisa lá é de polícia, é de segurança pública."
Atualmente, 60 policiais fazem o patrulhamento do complexo, onde vivem 65 mil pessoas.



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