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OUTRO LADO
Para assessora, houve engano em emissão de termos
DA SUCURSAL DO RIO
Designada pelo secretário de
Segurança Pública do Estado
do Rio, Anthony Garotinho,
para falar sobre o assunto, a assessora jurídica Jéssica de Almeida disse acreditar que houve um engano na emissão simultânea dos termos definitivo
e provisório de recebimento
das obras da inacabada Casa de
Custódia Bangu C. "Não sei o
que justificou isso. É contraditório receber os termos na mesma data", afirmou ela.
A assessora reconheceu que a
obra de Bangu C não está pronta. "Não sei a razão do termo de
recebimento."
Segundo a assessora jurídica,
o abandono da unidade de Japeri é de responsabilidade da
Secretaria de Administração
Penitenciária. "É uma questão
de gerenciamento", afirmou.
O subsecretário estadual de
Administração Penitenciária,
Aldney Peixoto, disse à Folha
que a unidade de Japeri não foi
inaugurada porque faltam serviços de infra-estrutura, como
água e luz.
"Isso tem que funcionar muito bem. Imagina se falta luz
num presídio? A gente tem urgência, mas a precipitação é
sempre muito nefasta."
De acordo com o subsecretário, é diferente a situação de
Bangu C, que, mesmo inacabada, já abriga presos.
"Se houver emergência, vai [a
população carcerária] para
qualquer lugar", disse ele.
Empresa responsável pelas
obras em Japeri, a Imperial Serviços nega que não tenha instalado sistema elétrico e rede de
água na casa de custódia.
O supervisor Mauro Theodoro afirmou que o serviço contratado pela Secretaria de Segurança do Rio foi realizado. De
acordo com ele, equipar a casa
de custódia com móveis e aparelhos é responsabilidade do
Estado.
"Não tem mobília, não tem
nada lá dentro. Isso é com o Estado. Falta também melhorar o
acesso. É por conta da prefeitura [de Japeri] e do DER (Departamento de Estradas de Rodagem, órgão do governo estadual]. Não é com a gente.
Quando vão fazer, eu não sei",
afirmou Theodoro.
Responsável pelas obras de
Bangu C, a Construtora Norberto Odebrecht, procurada
pela Folha, não se pronunciou
sobre o assunto.
A Carioca Christiani Nielsen
Engenharia, que construiu a
casa de custódia Bangu B, informou ter concluído a obra de
acordo com o contrato estabelecido.
A ministra de Assistência e
Promoção Social, Benedita da
Silva, também não quis comentar o caso. Foi em sua gestão
como governadora que o Estado firmou com o Tribunal de
Justiça o convênio para a complementação das obras das três
casas de custódia.
Em ofício enviado ao desembargador Luiz Felipe Haddad,
da 3ª Câmara Cível do Tribunal
de Justiça, que determinou a
Garotinho a apresentação de
informações sobre o pedido da
Folha para ter acesso aos processos relativos à complementação das obras das casas de
custódia, o ex-governador
afirma não haver irregularidades nos contratos firmados
sem licitação.
"Todas as licitações efetuadas
por esta pasta seguiram os primados da legalidade", afirma o
documento. (ST)
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