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Escolão custa 150% mais que unidade normal
DA REPORTAGEM LOCAL
Principal vitrine eleitoral da
prefeita Marta Suplicy (PT), os
CEUs (Centros Educacionais
Unificados) custam 150% mais do
que as escolas tradicionais.
Esse é o resultado se comparados unicamente os custos de
construção de uma CEI (creche
municipal) para 300 crianças,
uma Emei (Escola Municipal de
Educação Infantil) para 840 crianças e uma Emef (Escola Municipal
de Ensino Fundamental) para
1.260 crianças, num total de R$ 5,4
milhões, com os R$ 13,5 milhões
necessários para um escolão, que
abriga todas essas unidades.
Mas a razão do custo mais elevado é a infra-estrutura cultural e
esportiva de cada unidade, explica Eneas Rodrigues, chefe de gabinete da Secretaria Municipal da
Educação. Todos os escolões têm
um teatro, pelo menos duas quadras de esporte, três piscinas, uma
biblioteca infanto-juvenil com
cerca de 10 mil volumes e um telecentro, com pelo menos 20 computadores ligados à internet.
Rodrigues diz que esses equipamentos serão utilizados não apenas pelos 2.400 alunos de cada
CEU, mas por toda a comunidade. Ele estima que cerca de 5.000
pessoas utilizarão a infra-estrutura dos CEUs, a maioria delas matriculadas em outras escolas municipais da região.
Até o dia 15 de setembro, a prefeitura deverá entregar 17 CEUs
ao todo, criando um total de
40.800 vagas em escolas de primeira linha. Se tivessem sido
construídas unidades tradicionais, haveria 102 mil vagas.
"Elevar a curva"
A prefeitura defende o investimento feito nos CEUs como uma
forma de "elevar a curva" do nível
do ensino público.
A opção pelos CEUs ocorre
num momento em que alunos da
rede pública ainda são obrigados
a estudar em 61 "escolas de latinha" -unidades emergenciais
construídas na administração
Celso Pitta (1997-2000), que começaram a enferrujar em menos
de dois anos. Com a inauguração
dos CEUs, devem ser desativadas
apenas seis "escolas de latinha".
Rodrigues disse que dificuldades para a obtenção de terrenos
adequados para a construção de
escolas de alvenaria atrasou o fechamento das escolas precárias.
Mas afirmou que até o final do
ano que vem todas as 61 "escolas
de latinha" serão fechadas.
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