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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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Escolão custa 150% mais que unidade normal

DA REPORTAGEM LOCAL

Principal vitrine eleitoral da prefeita Marta Suplicy (PT), os CEUs (Centros Educacionais Unificados) custam 150% mais do que as escolas tradicionais.
Esse é o resultado se comparados unicamente os custos de construção de uma CEI (creche municipal) para 300 crianças, uma Emei (Escola Municipal de Educação Infantil) para 840 crianças e uma Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) para 1.260 crianças, num total de R$ 5,4 milhões, com os R$ 13,5 milhões necessários para um escolão, que abriga todas essas unidades.
Mas a razão do custo mais elevado é a infra-estrutura cultural e esportiva de cada unidade, explica Eneas Rodrigues, chefe de gabinete da Secretaria Municipal da Educação. Todos os escolões têm um teatro, pelo menos duas quadras de esporte, três piscinas, uma biblioteca infanto-juvenil com cerca de 10 mil volumes e um telecentro, com pelo menos 20 computadores ligados à internet.
Rodrigues diz que esses equipamentos serão utilizados não apenas pelos 2.400 alunos de cada CEU, mas por toda a comunidade. Ele estima que cerca de 5.000 pessoas utilizarão a infra-estrutura dos CEUs, a maioria delas matriculadas em outras escolas municipais da região.
Até o dia 15 de setembro, a prefeitura deverá entregar 17 CEUs ao todo, criando um total de 40.800 vagas em escolas de primeira linha. Se tivessem sido construídas unidades tradicionais, haveria 102 mil vagas.

"Elevar a curva"
A prefeitura defende o investimento feito nos CEUs como uma forma de "elevar a curva" do nível do ensino público.
A opção pelos CEUs ocorre num momento em que alunos da rede pública ainda são obrigados a estudar em 61 "escolas de latinha" -unidades emergenciais construídas na administração Celso Pitta (1997-2000), que começaram a enferrujar em menos de dois anos. Com a inauguração dos CEUs, devem ser desativadas apenas seis "escolas de latinha".
Rodrigues disse que dificuldades para a obtenção de terrenos adequados para a construção de escolas de alvenaria atrasou o fechamento das escolas precárias. Mas afirmou que até o final do ano que vem todas as 61 "escolas de latinha" serão fechadas.

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