São Paulo, Sábado, 11 de Setembro de 1999
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Juiz diz que nunca fez uso de esquema

da Agência Folha, em Maceió

O juiz Luciano Américo Galvão afirmou ontem em entrevista exclusiva à Agência Folha que nunca fez uso do esquema de prostituição de adolescentes de Porto Calvo (AL), do qual está sendo acusado de participar.
"Fui juiz de Junqueiro, Satuba e de Teotônio Vilela, todas em Alagoas, antes de passar por Porto Calvo. Podem pesquisar. Não há nada contra mim. Estão acabando injustamente com meu casamento", afirmou.
Segundo ele, há em Porto Calvo um atrito entre a juíza Nirvana Viana e o promotor Sérgio Simões. "No mais, não sei de nada."
Na magistratura há quatro anos, Galvão entregou ontem à Associação dos Magistrados de Alagoas uma carta requerendo a abertura de uma investigação pela Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado.
A presidente da associação, Nelma Padilha, disse que não há nenhum registro "negativo" na ficha funcional do juiz. Segundo ela, o juiz pede uma apuração "isenta" do caso para ver seu nome "limpo".
"Estão me acusando de estuprador. Isso é o fim. Sou pai de uma menina. Não vão me destruir com tamanha irresponsabilidade", afirmou Galvão.
Cláudia, mulher do juiz, defende o marido. "Qualquer pessoa pode ter cometido essas barbaridades, mas meu marido, com quem estou há 16 anos, não é um homem desse tipo", afirmou.
Enquanto conversava com a reportagem, por telefone, o juiz chegou a chorar por três vezes durante os dez minutos de entrevista. "Nem sei o que estou dizendo. Estou muito abalado. É uma irracionalidade tornar pública uma acusação dessas", afirmou.
A Associação dos Magistrados de Alagoas envia na próxima segunda-feira o pedido para a abertura de uma sindicância no Tribunal de Justiça.
Nem o juiz nem o promotor Sérgio Simões prestarão depoimento no inquérito policial. O juiz responderá à sindicância no TJ e o promotor falará na sindicância já aberta na Procuradoria de Justiça do Estado, conforme determina a legislação.


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