São Paulo, Sábado, 11 de Setembro de 1999
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Polícia apura clonagem de cartão em SP

ALESSANDRO SILVA
MALU GASPAR
da Reportagem Local

A polícia de São Paulo suspeita que as quadrilhas especializadas em clonagem de cartões de crédito estejam chegando aos cartões eletrônicos usados na movimentação de contas correntes.
Em um caso que está sendo investigado no Itaim-Bibi (zona sudoeste de São Paulo), a clonagem é a hipótese mais provável levantada pela polícia.
Em um dia, golpistas entraram em uma conta corrente do banco Itaú e fizeram um empréstimo de R$ 2.000, receberam uma transferência de R$ 1.500 de outra conta e sacaram R$ 4.500.
""Eu estava fora do país e havia levado o meu cartão, que era novo e nem estava com a senha cadastrada", afirma a aeroviária Claudia Myriantheus, 36.
Claudia não usava a Internet para movimentar a conta. O dinheiro não foi transferido para contas de laranjas, como normalmente acontece nos golpes via rede, mas sim sacado em vários caixas da capital. Para isso, seria preciso ter o cartão do banco e a senha.
""Eu fazia compras com o cartão, mas acredito que os locais eram seguros. Nem sei como a clonagem pode ter sido feita", disse.
A polícia paulista já apreendeu máquinas importadas especializadas em duplicar cartões. No caso dos cartões de crédito, basta uma passagem pela máquina duplicadora para que os dados constantes na fita magnética sejam lidos e gravados.
""Não há como descartar que o cartão foi clonado, assim como ocorre com os cartões de crédito", disse o delegado Orlando Basílio Ivanov, que investiga o caso.
A assessoria do banco Itaú informou que casos desse tipo são investigados e esclarecidos apenas para o cliente. Depois de uma semana, o banco devolveu o dinheiro para a aeroviária.
""Há máquinas de leitura magnética que podem facilmente descobrir a senha de um cartão", afirmou Jim Wygand, presidente da Control Risk do Brasil, empresa especializada em gerenciamento de riscos e de investigação de crimes dentro de empresas.
Prevenir esse tipo de manobra é possível, mas evitá-la, não. "Quem usa o cartão está exposto ao risco. A única forma de impedir o golpe é não usar o cartão em hipótese alguma. Mas isso seria como recomendar que alguém não saia de casa para não sofrer um acidente", disse Wygand.
A polícia recomenda que o dono do cartão acompanhe o processo de registro da compra pelo sistema on line.



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